sexta-feira, novembro 28, 2008

Lançamento : ESTÉTICA DA ECCEIDADE














O pensamento contemporâneo poderá caracterizar-se, entre outros atributos, por ser um pensamento que pensa a individuação, a singularidade e o acontecimento. Este texto mostrará com muita clareza como é possível pensar, numa perspectiva contemporânea, textos arcaicos, em que a génese do conceito emerge, como é o caso com Duns Escoto, por exemplo. Por esta via torna-se claro o desafio proposto pela ordem da escrita e do escrito que consiste na resistência do texto ao seu contexto original. Sem adulterar a leitura, que se quer até literal, a proposta de Luís Lima é a de iluminar essa escrita longínqua, torná-la legível na actualidade, tarefa que, executada com rigor, não é desafio fácil. Daí que o conceito de hecceidade / ecceidade seja cotejado desde o seu emprego pelo projenitor escocês até ao emprego que dele fazem Deleuze e Guattari que o reinvestiram no século passado.

Maria Augusta Babo (Prefácio)


Luís Filipe Monteiro Lima nasceu em França a 8 de Setembro de 1971. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, em 1995, com uma tese sobre as ligações entre a crítica e a arte. Fez uma pós-graduação em Jornalismo Internacional na Universidade Autónoma de Lisboa e uma outra — em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa — que o levou à conclusão do mestrado na mesma área com a investigação, contemplada por uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que está na origem da presente edição.
Iniciou actividade no jornalismo profissional passando pelas redacções da TSF e TVI para se afirmar na imprensa escrita como editor da revista Volta ao Mundo e do suplemento de viagens semanal do Diário de Notícias. Desenvolve, desde 2002, uma carreira de jornalista e tradutor free-lancer, colaborando com publicações como a revista National Geographic ou o programa Imagens de Marca da SIC Notícias e editoras como a Antígona ou A Esfera dos Livros. Foi ainda docente universitário na Escola Superior de Jornalismo do Porto.

Actualmente a redigir a sua tese de doutoramento, conta com o apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a investigação repartida em co-tutela entre o departamento de Literatura da Universidade Paris IV Sorbonne, sob orientação do professor Antoine Compagnon, e o departamento de Filosofia da UNL, sob a orientação do professor José Gil.

domingo, novembro 23, 2008

10 anos de arte


No âmbito
das comemorações dos 10 anos da Livraria Minerva Galeria, está patente no espaço uma exposição colectiva de pintura com obras de Ana Rosmaninho, António Menano, Artur Bual, Colette Vilatte, Hans George Schüssler, João Berardo, Lena Gal, Lúcia Maia, Maluda, M. Helena Toscano, Marco Rooth, Mário Silva, Miguel Barbosa, Paula Rego, Pedro Charneca, Pinho Dinis, Rebelo, Rui Cunha, Santiago Ribeiro, Sérgio Sá, Silva Duarte e Vasco Berardo.

A exposição pode ser visitada de segunda a sábado das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 20h00, na Rua de Macau 52, ao Bairro Norton de Matos, em Coimbra.












Viagens ao entardecer com a morte dentro

Isabel de Carvalho Garcia, Isabel Cristina Rodrigues,
Carlos M. Rodrigues e Nuno Rodrigues



As Edições MinervaCoimbra lançaram esta sexta feira o livro “Viagens ao entardecer”, de Carlos M. Rodrigues, um conjunto de trinta e nove textos, escritos na sequência de outros tantos tratamentos de radioterapia a que o autor se submeteu nos Hospitais da Universidade de Coimbra. A sessão decorreu na Casa Municipal da Cultura e a obra foi apresentada por Isabel Cristina Rodrigues, acompanhada com leitura de excertos por Nuno Rodrigues, ambos filhos do autor.

Segundo a docente da Universidade de Aveiro, o facto de o livro ser constituído por textos escritos na sequência de tratamentos de radioterapia poderia, à partida, situar o volume “fora do circuito criativo onde se inscreve a grande maioria dos textos de ficção, o que só em parte acaba por ser verdade”.

Ou, acrescentou, “talvez tenha começado efectivamente por sê-lo, tanto na intenção do escritor como nos primeiros textos do livro, tendo depois o autor conseguido desprender-se da circunstancialidade clínica de onde partiu para a escrita (e que se materializa na realidade do trajecto entre a casa e o hospital), para passar a habitar um espaço marcado por uma deslocação de outra índole a que me apetece baptizar aqui de deslocação interior, onde a palavra viagem funciona já como metáfora de outra coisa – metáfora da memória que involuntariamente nos prende aos sinuosos trajectos da experiência e metáfora da própria vida como passagem efémera e fugaz”.

Recorrendo a uma das epígrafes de “Viagens ao entardecer”, da autoria de Gaston Bachelard, que referiu que «a morte só é consciente quando se exprime por metáforas», Isabel Cristina Rodrigues afirmou também que “a viagem só é consciente quando se exprime por metáforas”, sendo que “a mais longa viagem de Carlos M. Rodrigues é, pois, a viagem da escrita, não exactamente aquela que resulta da expressão confessional de tudo o que há de excessivo numa situação-limite como a da doença (e que por vezes sabemos exigir a exterioridade da palavra), mas a da escrita enquanto evidência material de todo o processo criativo”.

Ainda segundo a apresentadora da obra, a viagem de “Viagens ao entardecer” é a “viagem da escrita em busca da anulação da morte como previsível porto de chegada”. No entanto, concluiu, “quanto a mim, as melhores páginas de «Viagens ao entardecer (com a morte dentro)» são aquelas em que o autor, longe já do passado que viveu, aceita viajar por dentro do presente dos parceiros que acompanharam a sua espera na sala-barco dos HUC, intuindo talvez que a capacidade de observação do sujeito corresponde ao grau zero de um escritor”.

A grande mais-valia deste livro, finalizou Isabel Cristina Rodrigues, “é a que decorre da tentativa de decifração dessa mancha humana que tinge com a dor do quotidiano a previsibilidade de um espaço invadido pela realidade do sofrimento e pela ameaça da morte”.

















sábado, novembro 22, 2008

sexta-feira, novembro 21, 2008

Lançamento em Coimbra: VIAGENS AO ENTARDECER



"Não sei quando comecei a adoecer. Se calhar desde o dia em que nasci, por ser essa a idade em que todos começamos a morrer. Nós sabemos isso; não nos damos conta porque só a morte dos outros é que é verdade. Mas lembro-me do momento em que me disseram que estava realmente doente. Foi ao início de uma tarde de sol, coado por entre a folhagem das árvores de um dia morno de fim de Primavera, e a minha alma ficou gelada. A partir de então, como sucede agora, acontece questionar-me com frequência sobre a vida, que vejo como um regato frio a correr murmúrios por entre as pedras já gastas pelo caudal de correntes passadas, onde as janelas da casa que me viu nascer já não sabem quem sou".

(fragmento de um de trinta e nove textos, escritos na sequência de outros tantos tratamentos de radioterapia, a que o autor se submeteu nos Hospitais da Universidade de Coimbra)



Carlos Manuel Santos Assunção Rodrigues nasceu em Coimbra em 1941. É licenciado em História e mestre em Ciências da Educação. Foi professor do Ensino Secundário e do Ensino Superior. Tem trabalho desenvolvido nas áreas da Formação de Professores e da História da Educação em Portugal, com especial incidência no período do Estado Novo. Ultimamente tem feito incursões no campo da História das Mentalidades, com comunicações acerca das "Atitudes do Homem perante a morte". Publicou, em parceria, manuais de História para os 7.º, 8.º e 9.º anos, "Formar Hoje Educar Amanhã" e "Formação Contínua de Professores".

terça-feira, novembro 18, 2008

O DEVER DE EDUCAR PARA OS ANTIGOS



A terceira sessão do ciclo de conferências O DEVER DE EDUCAR inseridas nas Terças Feiras de Minerva, decorre no próximo dia 18 de Novembro, pelas 18h15, na Livraria Minerva, em Coimbra.

Tanto quanto sabemos, desde que a educação se formalizou que existe discórdia em torno do sentido e dos modos de concretização do dever de educar.

Encontramo-la já nitidamente delineada na Grécia Antiga e percebemo-la a percorrer os tempos até ao presente.

Quais são os seus contornos originais?

Em que medida eles marcam o nosso modo de pensar a educação na actualidade?

E, como orientam a acção dos educadores?


Para responder a esta e outras perguntas é convidado Delfim Leão, professor do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a quem muito tem interessado o estudo da Educação Antiga.








Local: Livraria Minerva (Rua de Macau, n.º 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

As sessões deste ciclo são quinzenais, e estão abertas ao público.

Próximas sessões: 2 e 16 de Dezembro.