sábado, abril 26, 2008

Violência familiar e Saúde Mental

Prossegue na próxima terça-feira, dia 29 de Abril, o ciclo “A Mente: saúde e bem-estar” organizado pela Edições MinervaCoimbra, Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM) e Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, no âmbito das Terças-Feiras de Minerva.

As sessões têm lugar sempre às 21h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau, 52 – Bairro Norton de Matos), em Coimbra, sendo esta terceira sessão dedicada ao tema “Violência familiar e Saúde Mental”, com as contribuições do Dr. João Redondo (Psiquiatra), Coimbra, e da Prof.ª Doutora Madalena Alarcão (Psicóloga), Coimbra.

Com esta iniciativa, os organizadores pretendem contribuir para um envolvimento mais informado da comunidade, das famílias e do cidadão, mas também para o despertar da consciência do público e dos profissionais para o real ónus das perturbações mentais e dos seus custos em termos humanos, sociais e económicos. Ajudar a derrubar as barreiras associadas ao estigma e à descriminação associadas a estas problemáticas é outro dos objectivos deste ciclo que decorrerá até Maio.

O ciclo prossegue a 13 de Maio com uma sessão dedicada à “Promoção da Saúde Mental: uma perspectiva desenvolvimental”, com as participações da Dr.ª Beatriz Pena (Pedopsiquiatra), Coimbra, e do Prof. Doutor Rui Paixão (Psicólogo), Coimbra, e termina no dia 27 de Maio com uma sessão dedicada ao tema “Saúde Mental: estratégias para a educação e sensibilização do público” que contará com as presenças do Dr. Fernando Almeida (Médico de Saúde Pública), Coimbra, Enf.º Hélder Lourenço, Viseu, e do Prof. Doutor Adriano Vaz Serra (Psiquiatra), Coimbra.

Todas as sessões são comentadas pelo Prof. Doutor João Maria André (Professor de Filosofia e Encenador), Coimbra.

A iniciativa conta com os apoios do Grupo Violência: informação, investigação, intervenção, Rotary Club de Coimbra Santa Clara, Diário de Coimbra, Diário As Beiras, Hotel Dona Inês e Lizarran Coimbra.

sexta-feira, abril 25, 2008

A GEOGRAFIA FÍSICA DE PORTUGAL NA VIDA E OBRA DE QUATRO PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

O Presidente do Conselho Directivo da FLUC, Prof. Doutor Carlos André, o Autor e as Edições MinervaCoimbra têm a honra de convidar V. Exas para a apresentação do livro

A GEOGRAFIA FÍSICA DE PORTUGAL NA VIDA E OBRA DE QUATRO PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
Amorim Girão, Orlando Ribeiro, Fernandes Martins, Pereira de Oliveira

de Fernando Rebelo

A apresentação será feita pelo Prof. Doutor António Ferreira Soares.

A sessão realiza-se no dia 28 de Abril, pelas 18h00, no Anfiteatro 3 da Faculdade de Letras.




A GEOGRAFIA FÍSICA DE PORTUGAL NA VIDA E NA OBRA DE QUATRO PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS Amorim Girão, Orlando Ribeiro, Fernandes Martins e Pereira de Oliveira foram quatro dos mais importantes professores portugueses de Geografia do século XX. Embora de gerações diferentes, os quatro tiveram contactos científicos entre si, marcaram de maneira mais ou menos profunda milhares de jovens estudantes e tornaram-se conhecidos de colegas de muitas universidades estrangeiras. Os quatro foram professores da Universidade de Coimbra, apesar de um deles, Orlando Ribeiro, ter vindo a desenvolver a sua carreira na Universidade de Lisboa. Os quatro trabalharam nas mais diversas áreas da Geografia. A Geografia Física de Portugal na vida e na obra de quatro professores universitários procura salientar o que eles publicaram nessa área, não deixando de enquadrar a matéria no conjunto das obras que nos legaram. Trata-se de um livro que resulta de 25 anos de trabalho do Autor na área em causa e do relacionamento que manteve com três dos quatro professores aqui evocados. Ler este livro é também fazer uma viagem pelo país que eles nos deram a conhecer.


Fernando Rebelo foi Vice-Reitor (1986-1996) e Reitor (1998-2002) da Universidade de Coimbra. Nascido em Espinho (1943), fez os seus estudos primários e secundários no Porto e universitários em Coimbra, onde se licenciou em Geografia pela Faculdade de Letras (1966) com a tese Vertentes do Rio Dueça. Assistente eventual desta Faculdade a partir de 1 de Junho de 1966, passou a Assistente (1969) e doutorou-se em Geografia Física (1975), com a tese Serras de Valongo – Estudo de Geomorfologia. Foi, então, Professor Auxiliar (1975-1978) e Professor Extraordinário (1978-1982), sendo Professor Catedrático da mesma Faculdade desde 1982. É Sócio Correspondente Nacional da Academia das Ciências de Lisboa (1993), tendo sido condecorado com a “Grã Cruz da Ordem de Mayo al Mérito”, da Argentina (2001), bem como com a “Grã Cruz da Ordem Renascença do Piauí”(2001) e com o grau de “Grande Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul”, do Brasil (2002).

Ao longo da sua carreira na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Fernando Rebelo leccionou, também, embora esporadicamente, nas Universidades de Aveiro, Açores, Porto, Lisboa, Limoges e Paris I (Panthéon-Sorbonne), tendo proferido conferências em muitas outras, entre as quais 17 Universidades do Brasil, mas também em Universidades de outros países, como as de Manchester (Reino Unido), León, Huelva e Internacional da Andaluzia (Espanha), Nacional de Córdova (Argentina), Macau (RAM/China) e Estudos Estrangeiros de Quioto (Japão). Colaborou na Verbo, Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura com cerca de 400 notas ou pequenos artigos. Além disso, entre livros, capítulos de livros, artigos, notas e recensões, tem mais de 250 títulos publicados. Em 1994, fundou a Territorium, Revista de Geografia Física Aplicada no Ordenamento do Território e Gestão de Riscos Naturais, hoje, Revista da Riscos, Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, de que é Director. Integra o grupo de consultores da Finisterra, Revista Portuguesa de Geografia (desde 1995) e pertence ao "Consejo Asesor" da Polígonos, Revista de Geografia das Universidades de Castilla y León (desde 2003) e do Boletin de la Asociación de Geógrafos Españoles (desde 2008).

Últimos livros publicados:
. Percurso de um Reitor da Universidade de Coimbra (1998-2002), Coimbra, Imprensa da Universidade, 2002
. Riscos Naturais e Acção Antrópica, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2003, 2.ª ed. revista e aumentada
. Reflexões sobre a Vida Universitária, Coimbra, MinervaCoimbra, 2004
. Uma Experiência Europeia em Riscos Naturais, Coimbra, MinervaCoimbra, 2005
. Viagens pelo Brasil. Impressões de um Geógrafo, Memórias de um Reitor, Coimbra, MinervaCoimbra, 2006

Lançamentos em Condeixa-a-Nova e Penela



As Edições MinervaCoimbra e o Autor promovem amanhã, dia 26 de Abril, duas sessões de lançamento da obra "Cartas a Ana de Leonardo. Breve ensaio sobre epistolografia amorosa", de Edgard Panão.

A primeira realiza-se pelas 15h00, na Feira do Livro de Condeixa, com apresentação da Dra. Isabel de Carvalho Garcia.

A segunda tem lugar na Feira do Livro de Penela, pelas 17h30, com apresentação do Dr. Mário Nunes.


Trata-se da “Saga do seminarista Leonardo” que persistiu, por demasiado tempo, na convicção pessoal de que tinha vocação, quando afinal não a tinha; foi o seu director espiritual que o aconselhou a abandonar, pacificamente, o Seminário Maior de Coimbra; assim o fez, Leonardo e, entretanto, passou à condição de Estudante de Coimbra.

Leonardo conseguiu, felizmente, “endireitar a vida”, mas, a princípio, teve de vencer vários acidentes de percurso no novo caminho de leigo: amores poligamoides de natureza platónica, a encher-lhe o coração quando vazio da solidão; questões apologéticas, novas e quase insólitas; “a vida airada”, meio desprepositada, sem satisfação plena; doenças, complexos, mitos, etc, etc..

Um dia chegou, porém, em que seu coração ficou, firmemente, ancorado num amor forte e ático de uma colega, o que originou estas mais de cem cartas amorosas. E com este amor venceu na vida! Não foi fácil, de tal modo que, ciclicamente, haveria de recorrer às reservas morais e académicas que o Seminário lhe permitiu, durante o Curso de Humanidades amealhar, generosamente, sobretudo nos tempos difíceis de Estudante de Coimbra onde Leonardo e Ana Rita concluíram o Curso de Direito nos meados do século XX.

quarta-feira, abril 23, 2008

Diálogo com o ser

Isabel de Carvalho Garcia e Graça Patrão


Numa sessão que contou com a intervenção do Presidente da Fundação Marquês de Pombal, Tavares Salgado, de Isabel de Carvalho Garcia, das Edições MinervaCoimbra, e com a apresentação da obra por Maria Manuela Silva e Inês Braga e leitura de poemas acompanhados
à viola, foi apresentado em Oeiras o livro de poesia de Graça Patrão intitulado "Diálogo com o Ser".

Sobre ele, afirmou Maria Manuela Silva:

"Estamos em crise no mundo da estética e da arte, como no da economia, da política, da educação, dos valores. Mas as crises são momentos, mais ou menos longos, que fazem adivinhar um fim - não são estados. As ordens, os sistemas de valores e de evidências são muitas vezes abalados, mas as forças obscuras não aniquilam a esperança.

Ouvir-se alguém cantar a Vida, chorar de Amor, envolver de Azul o dia cinzentão de Inverno, acordar um verde dormente nuns olhos à distância ou sentir emoção à vista de um laçarote vermelho no cabelo castanho de uma criança, faz-nos parar. É preciso ouvir essa voz. É a esperança no ar!

Neste texto todos somos convocados ao diálogo. Do lado de lá, na folha do livro, monólogos soltos provocam o diálogo. A matéria deste texto é a Vida em seus grandes planos do amor (feito, desfeito, refeito), do arco do tempo (intercortado), do lugar (aqui e nenhures), do ser humano anónimo, mas também de alguém com passaporte e BI validados.

Destas linhas curtas, respiradas, articulando Tempo e Amor, Vida e Cor, Mátria e Pátria , ressai um breve sopro de razão sublinhado pela emoção, numa Viagem da Fantasia vs História. Um Aqui e Agora, que é Lisboa, Coimbra, Utopia - "cidade no mapa que os navegantes procuram". A Vida é esbatida numa paleta de tons e matizes, onde o azul é envolvente e a linha do tempo é quebrada. A verdade é recriação - imagens que se sobrepõem ao real e o recriam. Camões é tão presente como o fluxo dum rio (Tejo ou Mondego) que ainda hoje "corre para o mar".

À boa maneira aristotélica também aqui poesia é mais filosófica que histórica.

Embora o texto, no seu todo, seja evocativo do dia-a-dia simples ("é simples viver", p.50), (mesa de café, uma cerveja – p.47, "casas desconjuntadas", p 52, viagem de comboio), não é um tom coloquial que nele domina. Antes, é amplo o leque de referências culturais que dão o mote (Cf. "Admiro") - desde as letras (D. H. Lawrence, Shakespeare, P. Neruda, F. Pessoa, Florbela Espanca, Saramago, Camões), à música (Beethoven), à pintura (Van Gogh, Vermeer ), à filosofia (Platão, Sócarates, Kant, Hegel), a valores humanos (democracia, liberdade, identidade nacional), ao mito (Prometeu) .

Entretanto há sonho, Arte, "Amor outra vez"!

A leveza da mão na linha escrita é também sentida no traço das gravuras que a acompanha, qual retoque numa verdade que é diáfana, mas que "sustenta" o poeta. Afinal a "Arte é sentir a irrealidade da Vida"(p 52).

Entre as brumas da memória (Parte I in Camões) e um estado de admiração que é êxtase no presente (Parte IV in Admiro), perpassa a brisa da esperança, na busca de infinito (cfr. Jangada de Pedra; Partes II, III - 25 de Abril ; O Amor Outra Vez).

Este é um texto que tempera melancolia ("é inverno ainda" in "Jang. de Pedra) com projecção ("outro dia existirá no espaço um tempo" in Janj. De Pedra), convocando espaços, rostos, sentimentos do passado e dum futuro num presente expectante, espreitando com cautela o destino e acreditando que há "eterno" no sentir e pulsar dum coração humano (cfr. "por amor se desfaz a tristeza dum adeus roubado ao passado" (in "Camões, Eu e o Amor") .

Antes deste, e em sua preparação, outros muitos textos estiveram; alguns nunca antes lidos, nem ouvidos – textos que ainda são de alguém, que não são do domínio público, mas que lhe dão força subterrânea, anónima e atemporal.

Agora este texto tem voz. Deixou de "pertencer" ao "autor" para ficar no fórum público e, assim, quase o podermos usar sem as aspas da referência ou citação.

A Vida é a essência deste texto. O grande tema é o Amor - amor/ideia, amor/perdido, amor/rendido, amor/incarnado, amor/descarnado, amor/ revisitado, amor/mátrio…
Em " Diálogo com o Ser", o "porte- plume" é Graça Patrão, mas o seu protagonista é a humanidade na sua multiplicidade de eus - no cerco apertado do Ser e Tempo*. E Heidegger, em Ser e o Tempo, mostra bem como a projecção para o futuro, o projecto, é a dimensão mais própria do homem.

Amor, afinidade, arrebatamento, este é o registo estético e moral que se vai desenvolvendo ao longo de todo o diálogo, dando forma, umas vezes de modo quimérico, outras mais explicitamente, a um ethos que poderá bem ser o remédio para os males, a arma contra os niilismos.

Há crises no mundo, mas não é o apocalipse.

As crises constituem momentos e não estados.

"Ripeness is all", diz Edgar no final de King Lear**."

Maria Manuela C.C. Marques Silva
(Professora do Ensino Secundário)


* Ref.ª ao tema da Exposição de Azulejo na Fundação Marquês de Pombal, 20 Janeiro 2007
** Danièle Cohen, Que Valores para os nossos dias?, Gradiva, 2007




Também Inês Braga analisou a poesia de Graça Patrão:

"Algumas linhas de reflexão sobre os poemas dedicados por Graça Patrão a José Saramago


No poema “Ode a Ricardo Reis” pode ler-se:
- a concretização do abstracto
- a contradição do sentimento, na linha pessoana (cf. “ (…) e não/ senti-lo [o desespero] é o mesmo que senti-lo e tudo (…)”)
- a recuperação do passado
- a valorização do mundo, tal como ele é (cf. “(…) e tudo/ tem a importância de não ser/ coisa nenhuma (…)”)
- a reescrita da reescrita – Saramago reescreve a História de Ricardo Reis que, na “ficção da ficção”, volta do exílio, do Brasil, e se instala num Hotel lisboeta- o Hotel Bragança – mantendo uma relação amorosa com uma Lídia bem diferente da musa das suas odes.

É sobre esta reescrita de amor que versa a “Ode a Ricardo Reis” – um hino ao amor carnal e desigual do Sr. Dr. Reis, médico e poeta que desenvolve uma relação sentimental com uma empregada de hotel que se lhe oferece numa entrega total. Desta situação resulta uma gravidez indesejada mas corajosamente assumida por esta mulher do povo, analfabeta mas culta, à sua maneira.

- o realce, no poema de Graça Patrão para a valorização do elemento feminino, desprotegido, vítima de um comportamento egoísta de um intelectual/poeta que não se assume plenamente como homem porque não irá perfilhar o seu filho
- a preocupação pelos mais fracos e a valorização das tarefas simples mas úteis, tal como um exemplar desempenho doméstico
- a importância do lado maternal, da mãe solteira, que enfrenta sozinha o peso social para educar a solo o seu filho
- a alusão a uma luta que corresponderá ao acontecimento histórico da revolta abortada dos marinheiros contra o derrube de um sistema político ditatorial. E no poema fica a pergunta relativamente à questão sobre a luta “Quem continuará?”
- a valorização das injustiças e desigualdades sociais, tal como o facto de as crianças chorarem “porque a fome/ é muita!”.

Segundo a linha pós-moderna preconizada por Linda Hutcheon, na narrativa dá-se a voz aos fracos da História e esta é reescrita segundo a visão dos oprimidos. Assim, também, a poética de Graça Patrão pretende reescrever as linhas de uma ficção que coincide com a Vida.

Quanto ao poema “A Jangada de Pedra” é visível:
- Passagem cíclica do tempo e o seu questionamento como realidade existencial (cf. “(…) e já/ passado/ e lento é o tempo na / sua não existência de/ recordações várias (…)” )
- Questionamento da realidade ontológica “(…)Também nas margens suavíssimas/deslizam contornos do/ não ser”(…) o qual remete provavelmente para referências autobiográficas cf: “assim Coimbra que consta/ no mapa/ e um mapa o que é um / nada de papel/ com rigor/ medido. (…)”
- Busca de um tempo e espaço eternos provavelmente simbolizados na “Luz” e em que “cada cidade” será um ponto de referência para os navegantes perdidos
- Segundo a narrativa de Jangada de Pedra em que as fronteiras geográficas se perdem, por força da abertura de uma inexplicável fenda, na poética de Graça Patrão buscam-se pontos de referência, apesar da consciência do seu esbatimento.

As fibras das árvores cintilando eternamente poderão simbolizar a busca do cerne da existência humana, enfim, a procura e reencontro de um “eu” profundo e completo num Universo que desaba sob os pés da Humanidade.

Sobre a poética de Graça Patrão realça:
- a sensibilidade e capacidade de análise e de auto-reflexão sobre o Mundo e o Homem
- a delicadeza da escrita, contida em versos de rima branca
- o ritmo poético e a materialização do abstracto através da metaforização
- o cuidado da selecção vocabular com efeitos combinatórios surpreendentes
- a conjugação entre a expressividade da forma e do conteúdo

Concluindo, a preocupação interventiva, associada à reflexão filosófica, fazem da poesia de Graça Patrão um bem conseguido exercício literário e conduzem o leitor à reflexão e fruição estética."

Inês Braga
12 de Abril de 2008












"Reflexos em (De)Composição" de Sérgio O. Sá

Sérgio O. Sá e Isabel de Carvalho Garcia


A Galeria MinervaCoimbra inaugurou recentemente a exposição de pintura "Reflexos em (De)Composição", de Sérgio O. Sá.

Sérgio O. Sá é licenciado em Artes Plásticas e Mestre em História da Arte. Como artista plástico, desde 1970, então autodidacta, que vem apresentando ao público os seus trabalhos, sendo esta a sua 50.ª exposição individual.

Em mostras colectivas conta com mais de duas centenas e meia de participações em Portugal e no estrangeiro.

Obras suas fazem parte de colecções particulares em diversos países e de colecções públicas em Argentina, Egipto, Espanha, Itália, Lituânia Polónia e Portugal.

Com algumas distinções em pintura, escultura e obra gráfica, o seu nome é referenciado em bibliografia originária de Portugal, Inglaterra, Itália e Brasil.

A exposição estará patente até ao dia 30 de Abril e pode ser visitada na Galeria Minerva (Rua de Macau, 52 – Bairro Norton de Matos), em Coimbra.






«(…) não sendo um pintor da figuração, não o será do abstracto, em absoluto; afinal a sua pintura conta-nos histórias, dá-nos sugestões, traduz formas de dizer e de sentir… É uma expressão viabilizada pela sua própria feitura, em que abunda a intenção, o apelo à interpretação, ao sentir e, sobretudo, à imagem poética (…).»
Carlos Lança

terça-feira, abril 22, 2008

MinervaCoimbra assinala Dia Mundial do Livro

Dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro, a autora do livro "Daniel e o Bicho da Lanterna", Noémia Malva Novais, vai estar na Feira do Livro de Condeixa (Praça da República), a partir das 10h30, para um encontro com os leitores.

Da parte da tarde, entre as 16h00 e as 17h00, Isabel de Carvalho Garcia participa num debate sobre o Dia Mundial do Livro no Rádio Clube Português (98.4 FM).

"Comunidades online de sucesso", um sucesso na web

Quem quiser saber mais sobre o livro "Comunidades online de Sucesso", da autoria de António Filipe, poderá fazê-lo em vários sítios online.

Assim, e fruto do trabalho da equipa da ESEC-TV (Márcia, Carina, Pedro, Prof. Luís Pato e o Prof. Francisco Amaral), está online uma entrevista no You Tube.

Da autoria de Edgar Almeida está online uma excelente reportagem fotográfica, aqui.

E por último o link do livro para quem quiser saber mais sobre a publicação.

Lançamento em Lisboa de "SEM meias-tintas"

sábado, abril 19, 2008

Exclusão, solidão e Saúde Mental em debate na MinervaCoimbra

Isabel de Carvalho Garcia, João Maria André, Fidalgo de Freitas e Luísa Magalhães


O psiquiatra Fidalgo de Freitas, de Viseu, e a assistente social Luísa Magalhães, de Setúbal, foram os convidados da segunda sessão do ciclo “A Mente: saúde e bem-estar” organizado pela Edições MinervaCoimbra, Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM) e Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, no âmbito das Terças-Feiras de Minerva.

Sobre o tema “Exclusão, solidão e Saúde Mental”, Fidalgo de Freitas começou por afirmar que “exclusão leva, logicamente, à solidão, pelo menos na Saúde Mental”. Mas, para além disso, “vivemos numa sociedade de múltiplas exclusões no nosso dia a dia”. A sociedade é, afirmou, “cada vez mais padronizada, mais normalizada” e onde todos temos que ter e fazer as mesmas coisas. “Quem não alinhar, é naturalmente excluído”.

E quando começou a surgir uma exclusão que incomodava, criou-se algo a que se chamou instituições, “com uma facilidade enorme”. Instituições que, afirmou Fidalgo de Freitas, “são como um grande tapete para debaixo do qual vamos varrendo, ou excluindo, os nosso insucessos sociais, económicos, afectivos, tudo o que nos incomoda, tudo o que incomoda a nossa consciência pessoal e colectiva”.

Mas esta situação de exclusão é bem mais dramática no que toca à Saúde Mental. Contrariamente ao que se verifica com doenças que já foram motivo de exclusão como a lepra, a tuberculose e a sida, e que hoje são já tratadas em ambulatório num qualquer hospital, os doentes mentais, 200 anos depois de Pinel, mesmo sendo “os únicos que não são reconhecidamente contagiosos” e que, segundo referem múltiplos estudos, “são estatisticamente menos perigosos do que os ditos ‘normais’”, continuam a ser excluídos mesmo ao nível das doenças ditas leves, como as perturbações emocionais, lamentou ainda o presidente da SPESM.

Luísa Magalhães, por seu turno, começou por referir, em relação ao tema, que, por um lado, “a exclusão ultrapassa a dimensão de caso a ser tratado por psiquiatras”, e por outro, potencia a associação “doença mental, doente mental, estigmatização, marginalização, solidão, exclusão” ou ainda “exclusão, situação de excluído, mal estar social, pessoa em sofrimento, doença mental”. Duas abordagens ao tema que não são opostas, mas que se complementam.

Se o ser humano realiza a sua condição na relação com os outros e só assim se pode constituir e definir como sujeito e como pessoa, a verdade é que a realidade está muito afastada deste ideal a que aspiramos. “As exclusões existem e presentificam-se no nosso quotidiano, se as quisermos ver”, afirmou a assistente social.

Tomando como exemplo a exclusão do mundo do trabalho, Luísa Magalhães recordou que esta leva a outras exclusões, “pois que reduzindo ou anulando os rendimentos, deixa-se os desempregados sem acesso a habitação, alimentação, educação dos filhos, cuidados de saúde ou actividades culturais, entre outros”.

O mesmo acontece com a exclusão pela pobreza, sendo que esta pode existir mesmo quando se tem emprego. O ser excluído da tomada de decisões sobre a própria cidade ou país, o ser excluído de uma verdadeira informação, bem como as exclusões por raça, religião e sexo, e as exclusões relacionadas com as doenças, estigmatizantes, foram outras das questões abordadas por Luísa Magalhães durante a sua intervenção.

A sessão, que contou com o apoio especial da Lilly Portugal, foi comentada por João Maria André, professor universitário e encenador, e fortemente participada pelo público presente que, no final, proporcionou um animado debate com os palestrantes.

Com esta iniciativa, os organizadores pretendem contribuir para um envolvimento mais informado da comunidade, das famílias e do cidadão, mas também para o despertar da consciência do público e dos profissionais para o real ónus das perturbações mentais e dos seus custos em termos humanos, sociais e económicos. Ajudar a derrubar as barreiras associadas ao estigma e à descriminação associadas a estas problemáticas é outro dos objectivos deste ciclo que decorrerá até Maio.

A próxima sessão realiza-se a 29 de Abril e nela será discutida a “Violência familiar e Saúde Mental”, com as contribuições de João Redondo (psiquiatra) e de Madalena Alarcão (psicóloga), ambos de Coimbra.













quarta-feira, abril 16, 2008

MinervaCoimbra edita poesia de Graça Patrão e Jean-Paul Mestas


Diálogo com o Ser
Graça Patrão

Graça Patrão nasceu em Coimbra a 21 de Novembro de 1948. Nesta cidade frequentou o "Círculo de Artes Plásticas", tendo participado na sua primeira exposição em 1964.

Aqui também estudou Filosofia, área em que se licenciou, tendo começado uma carreira de professora no ensino secundário em 1972.

Reside no concelho de Oeiras desde 1978, continuando um percurso que tem transparecido em múltiplas exposições - nos seus azulejos encontramos uma procura pela autenticidade de um caminho existencial que se divide em múltiplas direcções, sobressaindo na virtualidade do ajulejo uma transfiguração constante que se manifesta em diferentes figuras ou formas: são registos do Ser, momentos gravados como riscos de luz, intuições que captam o olhar do outro.

Actualmente é professora de Filosofia na Escola Secundária Amélia Rey Colaço, em Linda-a-Velha, onde coordena um projecto de azulejaria que tem como principal objectivo a educação pela arte.





Sob o friorento olhar do tempo
Jean-Paul Mestas

Jean-Paul Mestas nasceu em Paris em 1925.

Poeta, ensaísta, crítico, antologista, tradutor e conferencista, foi professor de História da Poesia Romena, na Sorbonne.

Traduzido em dezanove línguas, é autor de oitenta obras publicadas em sete países.

terça-feira, abril 15, 2008

Ciclo “A Mente: saúde e bem-estar” continua com “Exclusão, solidão e Saúde Mental”

Realiza-se no próximo dia 15 de Abril a segunda sessão do ciclo “A Mente: saúde e bem-estar” organizado pela Edições MinervaCoimbra, Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM) e Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, no âmbito das Terças-Feiras de Minerva.

As sessões têm lugar sempre às 21h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau, 52 – Bairro Norton de Matos), em Coimbra, sendo a próxima dedicada ao tema “Exclusão, solidão e Saúde Mental”, com as presenças do Dr. Fidalgo de Freitas (Psiquiatra), Viseu, e da Dr.ª Luísa Magalhães (Assistente Social), Setúbal.

Com esta iniciativa, os organizadores pretendem contribuir para um envolvimento mais informado da comunidade, das famílias e do cidadão, ajudando a derrubar as barreiras associadas ao estigma e à descriminação que acompanham estas problemáticas.

A 29 de Abril será discutida a “Violência familiar e Saúde Mental”, com as contribuições do Dr. João Redondo (Psiquiatra), Coimbra, e da Prof.ª Doutora Madalena Alarcão (Psicóloga), Coimbra.

A sessão do dia 13 de Maio será dedicada à “Promoção da Saúde Mental: uma perspectiva desenvolvimental”, com as participações da Dr.ª Beatriz Pena (Pedopsiquiatra), Coimbra, e do Prof. Doutor Rui Paixão (Psicólogo), Coimbra.

O ciclo termina no dia 27 de Maio com uma sessão dedicada ao tema “Saúde Mental: estratégias para a educação e sensibilização do público” que contará com as presenças do Dr. Fernando Almeida (Médico de Saúde Pública), Coimbra, Enf.º Hélder Lourenço, Viseu, e do Prof. Doutor Adriano Vaz Serra (Psiquiatra), Coimbra.

Todas as sessões são comentadas pelo Prof. Doutor João Maria André (Professor de Filosofia e Encenador), Coimbra.

A iniciativa conta com os apoios do Grupo Violência: informação, investigação, intervenção, Rotary Club de Coimbra Santa Clara, Diário de Coimbra, Diário As Beiras, Hotel Dona Inês e Lizarran Coimbra.

sexta-feira, abril 11, 2008

Territorium 14

Única revista sobre riscos publicada em Portugal



Territorium 14
Revista da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança
Edição: RISCOS – Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança
Distribuição a Assinaturas: Livraria MinervaCoimbra


A importância dos meios de comunicação social para a difusão das notícias sobre manifestação de riscos foi analisada no 3.º Encontro Nacional de Riscos realizado em Mafra, em 24 de Novembro de 2006. Alguns investigadores debruçaram-se sobre o assunto e apresentaram publicamente as suas comunicações. Sob a forma de artigos, publicam-se agora alguns dos trabalhos então apresentados, abrindo assim o número 14 da Territorium.

No entanto, a diversidade temática é, mais uma vez, a riqueza da nossa revista.

Riscos sísmicos, por exemplo, transportam-nos ao terramoto de 1755 e a um raciocínio que muitos fazem — se fosse agora, como se processaria o tsunami no Sul de Portugal, nas costas algarvias, mais concretamente no caso de um espaço urbano como é o de Portimão? Em seguida, trata-se de riscos geomorfológicos a propósito da evolução quaternária da Serra do Gerês, no Norte de Portugal, e das consequências da dinâmica erosiva actual. Interpenetrados com a acção humana, no contexto de uma cultura milenar, os riscos geomorfológicos assumem características muito especiais, que também são estudadas para montanhas do Noroeste de Portugal.

Os riscos litorais também são tratados — a propósito da evolução da antiga ria para a presente laguna de Aveiro, no Centro litoral de Portugal, analisa-se a conjugação de três tipos de processos de sedimentação (fluviais, marinhos e eólicos), ao longo da História, homenageando a memória de Amorim Girão, grande geógrafo português, que foi professor da Universidade de Coimbra, na primeira metade do século XX, e, que, numa perspectiva diferente, em 1922, já havia tratado do tema.

Riscos de incêndios florestais voltam a ser discutidos na Territorium. Uma comparação de políticas relativas a fogos florestais entre Portugal e um Estado do Sul do Brasil (Santa Catarina), aparece lado a lado com um aspecto fundamental da prevenção que é a problemática da investigação de eventuais origens criminosas.

Riscos bem diferentes são os que se relacionam com a saúde. Numa época em que se desenham cenários para enfrentar crises de grandes proporções que possam ocorrer nessa área, a Territorium tem o gosto de publicar dois artigos que se nos afiguram de grande interesse.

No seu décimo quarto ano de publicação, a Territorium aparece tão jovem quanto no primeiro e movimenta o maior número de sempre de autores. Por outro lado, pela primeira vez, apresenta um leque de especialistas em riscos, de renome internacional, que aceitaram integrar a equipa de consultores científicos. É uma honra contar com o apoio de David Petley, Jorge Olcina Cantos, Jurandyr Ross, Ricardo Alvarez, Lúcio Cunha e Yvette Veyret nesta aventura de ir publicando, anualmente, em Portugal, uma revista sobre riscos.

Fernando Rebelo (Director)
Nota de Abertura


ÍNDICE

Fernando Rebelo
Nota de Abertura

João Figueira
Uma união de factos contemporânea: jornalismo e situações de risco

Maria João Silveirinha
A vida no arame. A mediatização do risco

Fantina Tedim, João Gonçalves
Simultaion of the 1755 tsunami flooding area in the Algarve (southern Portugal): the case-study of Portimão

António S. Pedrosa, B. S. Marques, B. Martins, J. H. Sousa
Quaternary evolution of the Serra do Marão and its consequences in the present

Andreia Pereira, António S. Pedrosa
Paisagem cultural das montanhas do Noroeste de Portugal: um ciclo de construção, desestruturação e reconversão

Fernando Rebelo
O risco de sedimentação na laguna de Aveiro: leitura actual de um texto de Amorim Girão (1922)

Fantina Tedim, Maria Lúcia de Paula Herrmann
A comparative analisys of forest fire policies in protected areas in Portugal and in the state of Santa Catarina (Brazil): a general approach

António Bento Gonçalves, Luciano Lourenço, João Dias
Manifestação do risco de incêndio florestal. Causas e investigação criminal

Lúcio Meneses de Almeida
Comunicação do risco e gestão da ameaça pandémica

Romero Bandeira, Ana Mafalda Reis, Rui Ponce Leão, Sara Gandra, Romero Gandra
O serviço de saúde nos bombeiros. Sua importância, da Univítima à Medicina de Catástrofe

Notas, notícias e recensões:

Luciano Lourenço
Riscos naturais, antrópicos e mistos

Gisela Oliveira
Comunicar numa situação de emergência ou de crise

Luís Manuel Guerra Neri
Curso sobre catástrofes naturais

Fernando Rebelo
Socalcos e riscos naturais estudados no âmbito do Projecto Europeu Terrisc

Fernando Rebelo
Incêndios florestais e suas consequências discutidos nas VI Jornadas Nacionais do PROSEPE

quarta-feira, abril 09, 2008

Serviços de Saúde Mental devem ter proximidade com serviços de Saúde gerais



Os problemas mentais já não dizem respeito apenas a um número reduzido de pessoas — que há algumas décadas eram quase compulsivamente internadas em grandes instituições —, mas sim a toda a população de uma forma geral.

Isto mesmo realçou o psiquiatra António Leuschner durante a primeira sessão do ciclo "A Mente: saúde e bem estar", que a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental, o Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra e as Edições MinervaCoimbra estão a promover no âmbito das Terças-Feiras de Minerva.

Para o presidente do Conselho de Administração do Hospital Magalhães de Lemos, do Porto, desde que em 1948 a Organização Mundial da Saúde definiu Saúde como um estado completo de bem estar físico, mental e social, que se tornou claro que a Saúde Mental é uma das suas componentes fundamentais. Desde logo "porque inclui o sentido da percepção da qualidade de vida e da Saúde das pessoas".

António Leuschner distinguiu, no entanto, "Saúde Mental positiva — entendida como a saúde mental universal — de Saúde Mental negativa — entendida como as perturbações mentais", e referiu que "é nesta dualidade que devemos aperceber-nos de como é que os serviços de Saúde se devem ajustar para dar resposta a estas necessidades".

De acordo com o psiquiatra, "a maior parte das pessoas que tem algum tipo de perturbações — como ansiedade ou tristeza —, que causam algum sofrimento, ultrapassam-nas naturalmente. O problema surge quando tal não sucede". Para António Leuschner, "a esmagadora maioria das situações não são as que exigem respostas mais especializadas, mas aquelas que estão no meio de todos nós", e por isso, essas respostas, "têm que ter a maior proximidade possível". Segundo defendeu, "a resposta ideal deve ser considerada em paralelo com as respostas aos problemas de Saúde em geral" e "os serviços de Saúde Mental devem ter proximidade com serviços de Saúde gerais".

Por sua vez, o psiquiatra Álvaro Carvalho, ex-director dos Serviços de Saúde Mental da Direcção-Geral da Saúde, recordou que em 1990 as três principais causas de incapacidade para a actividade produtiva na população activa eram as infecções respiratórias, diarreias e situações perinatais. A depressão major, que conduz muitas vezes ao suicídio, surgia em 4.º lugar, enquanto a perturbação bipolar, a esquizofrenia, a perturbação obsessivo-compulsiva, as perturbações de pânico e o stresse pós-traumático estavam abaixo do 20.º lugar.

No entanto, e de acordo com estudos realizados por vários especialistas, para 2020 prevê-se que depressão major esteja em 2.º lugar e todas as outras patologias da área da saúde mental subam também no ranking das causas de incapacidade na população activa.

De acordo com dados internacionais, entre as 10 principais causas de incapacidade entre os 15 e os 44 anos surgem, nas mulheres, a depressão major e a esquizofrenia, nos dois primeiros lugares, e a perturbação bipolar e perturbação obsessivo-compulsiva logo abaixo. Já nos homens a depressão surge em 3.º e a esquizofrenia em 5.º lugar, enquanto a perturbação bipolar aparece em 9.º lugar.

"Se as políticas dos governos se fizessem em função destes dados, provavelmente as prioridades seriam outras", afirmou o especialista. Segundo dados de um outro estudo inglês, revelados também por Álvaro Carvalho, na comunidade haverá, por ano, entre 25 a 30 por cento de pessoas com um qualquer problema de Saúde Mental. Entre estes, 22 por cento têm consciência desses problemas e recorrem ao médico de família, onde apenas 10 por cento da problemática é reconhecida e tratada. Finalmente, destes 10 por cento, apenas quatro por cento necessitam de cuidados de Saúde diferenciados psiquiátricos e apenas 0,5 necessita de internamento.

Estes dados de evidência científica permitem saber quantos profissionais são necessários e em que tipo de serviços de Saúde se devem localizar para melhor responderem às necessidades de Saúde Mental da população.

A sessão foi comentada por João Maria André, professor de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e encenador, que estará presente ao longo de todo o ciclo que visa proporcionar um envolvimento mais informado da comunidade, das famílias e do cidadão nesta problemática da Saúde Mental.







terça-feira, abril 08, 2008

segunda-feira, abril 07, 2008

"Chá com Lágrimas" propõe uma tarde com Rosas

“Chá com Rosas” é o título do próximo chá integrado no ciclo "Chá com Lágrimas".

Durante a sessão, a Prof.ª Doutora Maria José Azevedo Santos falará sobre "Saber ler e escrever no século da Rainha Santa Isabel". Seguidamente, Maria Manuel Almeida lerá poesia, terminando o programa com música medieval.

A sessão realiza-se no próximo dia 10 de Abril, quinta-feira, na Sala Jardim do Hotel Quinta das Lágrimas, às 17h30.

O "Chá com Lágrimas" é a mais recente criação da Fundação Inês de Castro, das Edições MinervaCoimbra e do Hotel Quinta das Lágrimas, e tem por objectivo relembrar a ambiência das velhas tertúlias coimbrãs, razão que explica o espaço dado ao diálogo artístico e cultural, num clima da maior informalidade. A iniciativa conta ainda com o apoio da Empresa Municipal de Turismo.

O tema do próximo “Chá com Lágrimas” é a Música, em Maio, encerrando a primeira temporada da iniciativa.

As inscrições para o "Chá com Rosas" poderão ser feitas na recepção do hotel ou por telefone, através do 239 802 380.

domingo, abril 06, 2008

MinervaCoimbra lançam primeiro livro em Portugal sobre comunidades online



As Edições MinervaCoimbra acabam de lançar o livro “Comunidades online de sucesso”, da autoria de António Filipe, o primeiro em português sobre estratégias que favorecem a sustentabilidade das comunidades de aprendizagem colaborativa online capazes de formar as estratégias de Elearning bem sucedidas, independentemente da tecnologia utilizada ou do contexto onde ocorrem as aprendizagens.

O Elearning em Portugal tem-se tornado muito popular na actualidade. No entanto, é uma estratégia já muito familiar no contexto educativo e da formação profissional desde os anos 90. Apesar da crescente evolução das tecnologias baseadas na internet e da proliferação das estratégias de Elearning, quer nas universidades quer na formação profissional, os resultados ainda são muito tímidos para que se consiga convencer o público estudantil das suas reais vantagens e da mudança cultural que se impõe.

Segundo o autor “as estratégias de Elearning bem sucedidas decorrem sempre de uma actividade da e-moderação consciente, emotiva e bem planeada, onde o sentido de comunidade nas interacções colaborativas online é um indicador determinante do sucesso das próprias estratégias”.

As comunidades de aprendizagem colaborativa não existem por si só, refere António Filipe. “Exigem um impulso de desenvolvimento e um esforço de moderação adequados à diversidade de contextos e de estilos de aprendizagem dos alunos”.

Mas “para atingirem a configuração de uma identidade colectiva têm de se constituir em função de quatro dimensões: espírito, confiança, interacção e expectativas e objectivos comuns”.

Contudo, alerta, “é importante ressalvar que a promoção de níveis elevados de participação/interacção tem muito menos impacto no desenvolvimento do sentido de comunidade do que a promoção da qualidade das interacções”.

A qualidade das interacções entre os membros de uma comunidade colaborativa depende muitas vezes de factores internos, tais como a diversidade de estilos de aprendizagem, personalidades e conhecimentos prévios, diferentes padrões de comunicação, receio da crítica e de retaliação, ou ainda, pouco à vontade em dar feedbacks honestos que possam ser mal interpretados ou pouco aceites. “Nesta dimensão o professor tem um papel importante na moderação e suavização destes factores, desimpedindo os canais afectivos e de comunicação”.

António Filipe salienta ainda que “a qualidade das interacções, que os alunos experimentam, é vital para que consigam sentir satisfação pelo que fazem e aprendam durante o tempo necessário até concluírem as suas actividades. É aqui que a e-moderação assume um papel imprescindível na regulação da qualidade dessas interacções garantindo que nenhuma ponta da rede de interacções fique solta”.




sábado, abril 05, 2008

Daniel e o Bicho da Lanterna




As Edições MinervaCoimbra promoveram recentemente em Lisboa o lançamento do livro infantil DANIEL E O BICHO DA LANTERNA, de Noémia Malva Novais, com ilustrações de Inês Massano.

A apresentação esteve a cargo da jornalista Daniela Santiago e a sessão decorreu na FNAC Colombo.

“Daniel e o Bicho da Lanterna” é o primeiro livro de literatura infantil publicado pelas Edições MinervaCoimbra no âmbito da colecção Letras Pequenas.

A escrita de Noémia Malva Novais e a ilustração de Inês Massano convivem harmoniosamente neste pequeno livro feito a pensar nas crianças que gostam de ouvir histórias e nos pais que têm pouco tempo para as contar.