terça-feira, setembro 04, 2007

SEMIÓTICA - Genealogias e Cartografias

No âmbito do 5.º Congresso da SOPCOM - Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, que decorre na Universidade do Minho, em Braga, de 6 a 8 de Setembro, as Edições MinervaCoimbra promovem dia 6 de Setembro, pelas 18h30, o lançamento da obra SEMIÓTICA - Genealogias e Cartografias, de Maria Augusta Babo e José Augusto Mourão.

A apresentação será feita pelo Prof. Dr. Moisés Lemos Martins, Presidente da SOPCOM e docente na Universidade do Minho.

Este livro é o nº 12 da Colecção Minerva Ciências da Comunicação dirigida por Mário Mesquita.



O objectivo da Semiótica é o de explicitar as condições da apreensão e da produção do sentido, quaisquer que sejam os regimes semióticos em jogo. Uma semiótica, mesmo a do mundo natural, não será possível sem a instituição prévia de um regime de representação que envolve separação, ausência, distanciamento e substituição. Sem desdobramento não há sentido.

Esta obra pretende fornecer uma arqueologia do signo e da representação que permita entender o processo mais lato da formação da semiose dentro e fora da linguagem e propõe, ainda, a cartografia dessa área de saber, através do traçado do mapa europeu e americano do seu desenvolvimento e da sua consolidação.

O século XX veio revelar o aparecimento de um pensamento semiótico forte, que tomou forma a partir de nomes como os de Saussure e de Peirce e que, configurado em movimentos ou escolas, instituiu um domínio no quadro das Ciências Sociais e Humanas: a Semiologia ou Semiótica.

Trata-se, em síntese, de um mapeamento espacio-temporal que dê visibilidade aos pontos de emergência e de desenvolvimento da Semiótica e das suas metodologias de análise.

Não há uma Semiótica; existem, antes, numerosas metodologias semióticas que têm em comum o reconhecimento de uma relação ou, mais exactamente, de uma complementaridade. Por outro lado, a interdisciplinaridade da Semiótica abriu este campo à análise de novos objectos, na intersecção dos media e dos estudos de comunicação, por exemplo, ou ainda, na intersecção do texto e das artes.

Nas suas diferentes fases de desenvolvimento, quaisquer que tenham sido as viragens por que passou, esta disciplina procurou sempre estudar os processos de significação e de construção do sentido. Essa é a sua vocação: aberta.


ÍNDICE

I - O campo semiótico
1. Introdução
2. A noção de campo
3. A instituição do sentido
4. A invasão dos códigos

II - Genealogias do campo semiótico
1. Introdução
2. Os signos na natureza e a natureza dos signos
3. A bio-semiótica
4. Genealogia da representação
5. Do sistema ternário ao sistema binário da representação
6. A Convencionalidade: o código
7. Da linguagem como interpretância

III - Cartografias do Campo Semiótico
Escola Europeia
Ferdinand de Saussure
Louis Hjelmslev
De Saussure ao Leste europeu
Algidras Julien Greimas
Roland Barthes
Julia Kristeva
Escola americana
Charles Sanders Peirce
A herança de Peirce

IV - A Semiótica dinâmica
A praxis enunciativa
Semiose
A viragem morfodinâmica
O projecto semiótico
O princípio da imanência
O princípio de enunciação
Conversão, convocação, uso
A Semiótica na viragem morfodinâmica
1. O objecto da semiótica
2. Logos e physis
3. A viragem morfodinâmica
4. Da morfo-projecção à morfodinâmica
5. A hipótese localista


JOSÉ AUGUSTO MOURÃO é Professor Associado com Agregação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É presidente do Instituto S. Tomas de Aquino e director da Revista de Comunicação e Linguagens. Rege as cadeiras de Semiótica e de Hiperficção e Cultura no Departamento de Ciências da Comunicação. Livros publicados em 2004: “O fulgor é móvel – em torno da obra de Maria Gabriela Llansol” (Roma); e em 2005: (com Eduardo Franco) “A influência de Joaquim de Flora na Cultura Portuguesa e Europeia” (Roma) e “O Mundo e os Modos da Comunicação” (MinervaCoimbra).






MARIA AUGUSTA BABO é Professora Associada, de nomeação definitiva, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; é investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens – CECL – e, nessa qualidade, foi directora, de 1999 a 2006, da Revista de Comunicação e Linguagens, Relógio d'Água, dirigindo, actualmente, a revista Interact – Revista on-line de arte, cultura e tecnologia. É presidente do júri do Prémio Anual de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa – F.C.T./União Latina, desde 1998. Rege as cadeiras de Textualidades, 1.º ciclo e de Culturas do Eu, 2.º ciclo, no Departamento de Ciências da Comunicação dessa Faculdade. É autora de “A Escrita do Livro”, Vega, 1993 e de “Figurações – Diálogos da pintura para a escrita”, Casa da Cerca, 1997, sobre a pintura de Jorge Pinheiro.

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