quinta-feira, agosto 16, 2007

Em Setembro...


CINEMA E EXPERIÊNCIA MODERNA
Teresa Mendes Flores
ISBN 978-972-798-212-7
172 pp
N.º 50 da Colecção Comunicação
dirigida por Mário Mesquita


Para encontrar o sentido moderno das práticas cinematográficas é útil recuperar o carácter fundador dessas imagens, o modo como surpreenderam e cativaram os primeiros olhares desse momento ainda em aberto e por constituir da história do cinema. Essa é uma das estratégias seguidas neste livro para situar o cinema e a sua experimentação como parte integrante da experiência moderna, a experiência das máquinas e das cidades, que abalou as condições da nossa existência e a história dos nossos olhares. Aqui cabe o cinema, algures entre a tradição pictórica e as actuais condições e desafios das imagens digitais. As imagens cinematográficas, ao contrário da pintura ou da fotografia, são imagens que se praticam e cujo dispositivo requer uma relação mais profunda com o corpo, a memória e o pensamento. Mas, ao contrário das imagens digitais, são recebidas como uma espécie de «imposição», simultaneamente distanciada e intocável, e não a partir de um modelo interactivo, requerendo uma escolha qualquer e imediata do espectador. No cinema o espectador imobiliza-se: olho móvel para um corpo imóvel. O desafio actual é que a transformação de tudo em informação também parece poder dissolver as próprias imagens. Oportunidade, por isso, de nos interrogarmos sobre o lugar do olhar cinematográfico, sobre as linhas de continuidade e de ruptura com as condições da cultura visual contemporânea, interpelando as lógicas de funcionamento das suas imagens e as condições políticas da sua existência.


Índice

INTRODUÇÃO
1. Cinema e nova esfera de mediação
2. Planificação
3. O debate Moderno/Pós-Moderno
4. Discurso do Método
4.1. A Ordem e o Olhar
4.2. A performatividade dos discursos: visões críticas da história do cinema

CAPÍTULO I
1. O Cinema como experiência moderna
1.1. Formas modernas de representação
a) Quantidades x Qualidades
b) Do simbólico ao banal: a queda definitiva de Ícaro
c) Mobilização geral: um «olho variável»
1.2. Motorização da Experiência
a) A estação, a montra e o ecrã
b) A passagem para o cinema
c) O modelo panóptico
d) Dispositivos e instalações: o móvel e o imóvel

CAPÍTULO II
2. A máquina perceptiva: «O Homem da Câmara de Filmar» de Dziga Vertov
2.1. A Verdade do Cinema
2.2. Filmar a vida moderna
2.3. Montagem/Mostragem: A teoria dos intervalos
2.4. Um filme a fazer-se: a visão das visões

CAPÍTULO III
3. Deleuze e as lógicas internas da imagem: imagens-movimento e imagens-tempo
3.1. A influência de Bergson
3.2. Plano, montagem, tempo
3.3. Cinema e pensamento: autómatos

CAPÍTULO IV
4. Pós-modernidade e condições de remodernização



TERESA MENDES FLORES obteve a licenciatura em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1992. Em 1998 concluiu o mestrado em Ciências da Comunicação pela mesma Faculdade, onde prepara actualmente a sua tese de doutoramento sobre fotografia auferindo de uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

As suas actividades de investigação incidem sobre as questões de história e teoria da imagem, em especial no que se refere ao cinema, fotografia e novos media. Foi docente na Universidade da Beira Interior (1992-94) e na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (1997-2004) onde leccionou várias disciplinas na sua área de especialização quer ao nível da licenciatura quer do ensino pós-graduado (nomeadamente na pós-graduação em Gestão Cultural). Na especialidade de Fotografia e Cultura Visual foi docente da pós-graduação em Estudos de Fotografia do Instituto de Artes e Design (IADE), instituição com que colabora actualmente no Mestrado em Design e Cultura Visual. É docente da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa desde 2004.





SEMIÓTICA
Genealogias e Cartografias
José Augusto Mourão
Maria Augusta Babo
ISBN 978-972-798-211-0
246 pp
N.º 12 da Colecção Ciências da Comunicação
dirigida por Mário Mesquita


O objectivo da Semiótica é o de explicitar as condições da apreensão e da produção do sentido, quaisquer que sejam os regimes semióticos em jogo. Uma semiótica, mesmo a do mundo natural, não será possível sem a instituição prévia de um regime de representação que envolve separação, ausência, distanciamento e substituição. Sem desdobramento não há sentido.

Esta obra pretende fornecer uma arqueologia do signo e da representação que permita entender o processo mais lato da formação da semiose dentro e fora da linguagem e propõe, ainda, a cartografia dessa área de saber, através do traçado do mapa europeu e americano do seu desenvolvimento e da sua consolidação.

O século XX veio revelar o aparecimento de um pensamento semiótico forte, que tomou forma a partir de nomes como os de Saussure e de Peirce e que, configurado em movimentos ou escolas, instituiu um domínio no quadro das Ciências Sociais e Humanas: a Semiologia ou Semiótica.

Trata-se, em síntese, de um mapeamento espacio-temporal que dê visibilidade aos pontos de emergência e de desenvolvimento da Semiótica e das suas metodologias de análise.

Não há uma Semiótica; existem, antes, numerosas metodologias semióticas que têm em comum o reconhecimento de uma relação ou, mais exactamente, de uma complementaridade. Por outro lado, a interdisciplinaridade da Semiótica abriu este campo à análise de novos objectos, na intersecção dos media e dos estudos de comunicação, por exemplo, ou ainda, na intersecção do texto e das artes.

Nas suas diferentes fases de desenvolvimento, quaisquer que tenham sido as viragens por que passou, esta disciplina procurou sempre estudar os processos de significação e de construção do sentido. Essa é a sua vocação: aberta.


ÍNDICE

I - O campo semiótico
1. Introdução
2. A noção de campo
3. A instituição do sentido
4. A invasão dos códigos

II - Genealogias do campo semiótico
1. Introdução
2. Os signos na natureza e a natureza dos signos
3. A bio-semiótica
4. Genealogia da representação
5. Do sistema ternário ao sistema binário da representação
6. A Convencionalidade: o código
7. Da linguagem como interpretância

III - Cartografias do Campo Semiótico
Escola Europeia
Ferdinand de Saussure
Louis Hjelmslev
De Saussure ao Leste europeu
Algidras Julien Greimas
Roland Barthes
Julia Kristeva
Escola americana
Charles Sanders Peirce
A herança de Peirce

IV - A Semiótica dinâmica
A praxis enunciativa
Semiose
A viragem morfodinâmica
O projecto semiótico
O princípio da imanência
O princípio de enunciação
Conversão, convocação, uso
A Semiótica na viragem morfodinâmica
1. O objecto da semiótica
2. Logos e physis
3. A viragem morfodinâmica
4. Da morfo-projecção à morfodinâmica
5. A hipótese localista


JOSÉ AUGUSTO MOURÃO é Professor Associado com Agregação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É presidente do Instituto S. Tomas de Aquino e director da Revista de Comunicação e Linguagens. Rege as cadeiras de Semiótica e de Hiperficção e Cultura no Departamento de Ciências da Comunicação. Livros publicados em 2004: “O fulgor é móvel – em torno da obra de Maria Gabriela Llansol” (Roma); e em 2005: (com Eduardo Franco) “A influência de Joaquim de Flora na Cultura Portuguesa e Europeia” (Roma) e “O Mundo e os Modos da Comunicação” (MinervaCoimbra).






MARIA AUGUSTA BABO é Professora Associada, de nomeação definitiva, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; é investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens – CECL – e, nessa qualidade, foi directora, de 1999 a 2006, da Revista de Comunicação e Linguagens, Relógio d'Água, dirigindo, actualmente, a revista Interact – Revista on-line de arte, cultura e tecnologia. É presidente do júri do Prémio Anual de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa – F.C.T./União Latina, desde 1998. Rege as cadeiras de Textualidades, 1.º ciclo e de Culturas do Eu, 2.º ciclo, no Departamento de Ciências da Comunicação dessa Faculdade. É autora de “A Escrita do Livro”, Vega, 1993 e de “Figurações – Diálogos da pintura para a escrita”, Casa da Cerca, 1997, sobre a pintura de Jorge Pinheiro.

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