quinta-feira, março 29, 2007



Luís Canavarro nasceu em Viseu na primeira metade do século passado e aí completou o ensino primário e liceal. Veio para Coimbra como estudante e aqui ficou, há mais de trinta e cinco anos.

Veterano da guerra do Ultramar, pertence à direcção da Associação de Grupos Especiais Pára-quedistas, corpo em que serviu, em Moçambique. É médico psiquiatra e exerceu nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde fez a sua formação e aonde criou a Consulta de Psiquiatria Juvenil que dirigiu até se reformar, meses atrás.

Desde o início da sua especialidade que enveredou pela problemática da Saúde Mental Juvenil. Em 1986 e em 1988 estagiou nos Estados Unidos onde, em Março de 1994, acabou por se doutorar.

Profissionalmente e apenas como primeiro ou único autor, tem a seu crédito mais de trinta títulos, quase todos versando temas de Psiquiatria da Adolescência. Realizou conferências ou apresentou comunicações em lugares tão diversos como os Estados Unidos, Brasil, Grécia, Reino Unido, China, Hungria, Cuba e, naturalmente, Portugal.

É agricultor-vinicultor e fundou e dirige uma confraria de vinhos do Dão. Como diletante, é também pescador, caçador, fotógrafo, mergulhador, melómano, jardineiro, velejador, piloto de rallies, pintor, cozinheiro e mineralogista.

Noutro registo, tem publicadas algumas obras na área do ensaio, poesia, investigação histórica e intervenção política. Este é o seu segundo romance e o primeiro sem pseudónimo.



“(…) Quanto à sua escrita, na perspectiva de alguém que não é nem quer ser um crítico, já há muito a conhecia de cartas que trocámos e que lia e relia infindavelmente, deliciado pela engenhosidade das imagens e pela limpidez do estilo. Da inteligência que saía das páginas, afinal.

O seu último livro conseguiu ainda assim ultrapassar as minhas expectativas. Não consegui parar de lê-lo até o acabar e olhem que o assunto não é, não deveria ser, de meu particular interesse. O que se passa é que está inacreditavelmente bem escrito para uma primeira obra literária. As imagens sucedem-se vívidas como num filme, as metáforas mantêm a imaginação atenta, o poder descritivo é inultrapassável, o realismo transparece. Não me envergonho de dizer que me fez rir e chorar, me indignou e me exaltou e olhem que já li muito ao longo de toda a minha vida.

Sempre o julguei influenciado por Hemingway e por Erico Veríssimo, os seus autores favoritos da juventude. Mas acho-lhe agora também parecenças com Somerset Maugham, com Torga e até com Eça de Queirós, este último na crueza humorística com que expõe o ridículo de alguns personagens.

Por isso antevejo com a maior expectativa este livro. Para rever tempos felizes e que partilhámos. Para recordar os amigos comuns que já partiram ou que se corromperam. Para voltar a rir-me das garotices em que tomei parte em época já tardia de vida. Para reforçar, se possível, a amizade com este homem único e genial de quem tive a felicidade de nascer primo e a honra de me tornar amigo.”

Vasco R-T

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