quinta-feira, dezembro 21, 2006

Obras de Vasco Berardo e Pedro Olayo (Filho)


Vasco Berardo
Alfabeto
Postais (14,5 x 14,5 cm) - 2,50€
Quadros (29 x 29 cm)* - 75€
* mediante encomenda



Pedro Olayo (Filho)
Serigrafia (67,5 x 48 cm)* - 60€
* numerada

Óleo s/ tela (vários tamanhos)* - entre 500€ e 800€
* emoldurados

Estas e outras obras podem ser adquiridas na Livraria Minerva,
Rua de Macau 52, Bairro Norton de Matos, em Coimbra,
de segunda a sábado, das 10 às 13 e das 14.30 às 20 horas.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Leitura de Poemas sobre a Virgem Maria e o Menino Jesus




Numa organização da Livraria Minerva e do Instituto de Estudos Clássicos da FLUC realizou-se ontem a sessão das Terças-Feiras de Minerva de Natal de 2006.

A assinalar o Natal, Amélia Campos e Carla Coelho, do Grupo Thíasos do IEC, José Ribeiro Ferreira e Maria Lucília Mercês de Mello, fizeram uma Leitura de Poemas sobre a Virgem Maria e o Menino Jesus, mediante uma selecção de José Ribeiro Ferreira.




Oração do Deus-Menino
Jaime Cortesão
[Ançã, 1884-1960]

Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria.

As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por se Mãe,
É a Rainha do Céu.

Nem há graça ambaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!

Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.

Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.

Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!

Talvez Natal
António Manuel Couto Viana
[Viana do Castelo, 1923-]

Que a minha poesia
Jorre de novo em fonte.
Tu que fazes, Maria?
— Vou beijar-te na fronte.

Que a rosa da alegria
Volte a esfolhar-se em mim.
Tu que fazes, Maria?
— Colho-a no meu jardim.

Que eu tome cada dia
O alvor da comunhão.
Tu que fazes, Maria?
— O milagre do pão.

Que graça te alumia?
Quem te sublima em luz?
Tu que fazes, Maria?
— Trago ao colo Jesus.


segunda-feira, dezembro 18, 2006

AS CICLODEXTRINAS EM TECNOLOGIA FARMACÊUTICA de Francisco Veiga Catarina Pecorelli Laura Ribeiro


As Ciclodextrinas em Tecnologia Farmacêutica
Francisco Veiga
Catarina Pecorelli
Laura Ribeiro

«Numa área de forte componente de investigação como a Tecnologia Farmacêutica, onde o conhecimento se faz cada vez mais pela interligação de várias ciências, a ausência de textos em língua portuguesa constitui infelizmente um traço transversal a tantos outros domínios de forte expansão científica. Por isso, ao dar-se à estampa um título neste domínio todos os comentários nos parecem redundantes. Pelo arrojo da iniciativa. Pela mais valia que transporta. Pelo exemplo motivador para que mais ciência se faça e se divulgue em Português.
Está pois facilitado o trabalho do redactor deste Prefácio no que respeita à oportunidade e interesse da sua publicação. Estará também facilitada a sua avaliação crítica?

A leitura atenta desta obra transporta-nos ao interior do Laboratório de Galénica e Tecnologia da Faculdade de Farmácia de Coimbra, a um quotidiano que, pelas funções que desempenhamos há vários anos, temos o prazer de conhecer profundamente. E à vivência de um grupo de investigação liderado pelo nosso colega Professor Francisco Veiga, que tem sabido gerir os trabalhos de alguns dos seus colaboradores no sentido do estudo das ciclodextrinas, esses compostos dotados de interessante e peculiar estrutura que motivam todos os anos, a publicação de aproximadamente 1000 artigos e resumos científicos, dos quais uma grande parte se relaciona com aplicações farmacêuticas.

É interessante então verificar que esta obra não constitui uma tradução ou uma revisão de conjunto bibliográfica sobre a matéria. Articula a investigação de centros de excelência com pergaminhos neste domínio com a descrição de trabalhos originais, idealizados, estruturados e executados nas nossas instalações com as dificuldades que todos os que se dedicam à “causa ciência” conhecem. Ainda assim, foi possível que muitas destas peças tenham sido objecto de publicação em revistas internacionais de elevado índice de impacto, até há pouco praticamente inacessíveis a trabalhos originais nesta área, com origem em Portugal.

A obra apresenta-se dividida em 5 capítulos que reflectem o percurso dos autores e a importância que têm dado a cada um domínios aqui tratados.

No primeiro capítulo “As ciclodextrinas e seus complexos de inclusão” faz-se uma apresentação destas típicas moléculas hospedeiras, estudando-se a sua estrutura química e o modo como esta influencia a sua “acção” e descrevendo com importante detalhe os derivados estruturais que para além de melhorarem a solubilidade e limitarem a toxicidade, oferecem ainda a possibilidade de aumentar a capacidade de inclusão. A parte mais descritiva deste capítulo focaliza--se em aspectos mais gerais como a estrutura e propriedades físico--químicas dos vários tipos de ciclodextrinas identificados, sublinhando-se a importância que pode também ter como obra pedagógica para quem se interesse pelo tema.

O segundo capítulo “Formação e detecção dos complexos de inclusão” carrega já muito do conhecimento que se foi fazendo por este grupo. Abordam-se os vários mecanismos de complexação e descrevem-se os vários recursos instrumentais utilizados para a detecção da efectiva formação de complexos. É um capítulo de forte componente analítica só possível de executar na nossa Faculdade porque os autores tiveram a sabedoria de estabelecer, como manda a ciência moderna, as necessárias ligações sinérgicas com centros nacionais e internacionais conhecedores das técnicas “pesadas” aqui utilizadas. A soberba modelação molecular apresentada é disto um exemplo paradigmático.

No terceiro Capítulo “Biodisposição, toxicidade e regulamentação das ciclodextrinas” faz-se a abordagem, tal como o título indica, das fases cinéticas das ciclodextrinas e seus complexos. Na última parte deste capítulo inclui-se uma temática muitas vezes ignorada em textos idênticos: a classificação regulamentar destes compostos. Conhecendo--se as exigências actuais em termos de novos excipientes é interessante verificar a preocupação de, numa obra científica, incluir aspectos desta índole. Porque se trata de facto de um aspecto capital ao pensar na aplicação destes compostos no domínio da indústria farmacêutica, não faria sentido prático abordar as questões técnico-científicas ignorando a trilogia eficácia, segurança e qualidade que pode comprometer a transposição para o domínio industrial. Tanto mais que, para além das aplicações convencionais das ciclodextrinas como excipientes farmacêuticos, existem alguns indícios de que estas moléculas possam actuar como agentes terapêuticos, devido à capacidade de complexarem in vivo moléculas hóspede exógenas ou endógenas, possibilitando a sua utilização no tratamento de determinadas doenças como aterosclerose, processos inflamatórios ou infecções virais.

No quarto Capítulo “Implicações Biofarmacêuticas e Tecnológicas das ciclodextrinas em Formulações Farmacêuticas” apresentam-se diversas aplicações das ciclodextrinas ao nível do desenvolvimento de variadas formas farmacêuticas, sistematizando o estudo em função da via de administração destas formas. É interessante verificar a transversalidade de aplicações, cobrindo as diversas formas farmacêuticas, dando-se exemplos na preparação de formas farmacêuticas sólidas, líquidas e semi-sólidas com aplicação nas vias de administração oral, parentérica, pulmonar, nasal, bucal, sublingual, rectal, ocular e dérmica.

Destaca-se também a importância da encapsulação molecular de fármacos pelas ciclodextrinas pelas vantagens tecnológicas e biológicas na medida em que se possibilita a modificação das propriedades físicas, químicas e biofarmacêuticas daqueles. Reserva-se ainda um lugar de relevo às formas de libertação prolongada, sustentando a apresentação das virtudes das ciclodextrinas neste domínio, mais uma vez, com recurso a investigação própria dos autores, nomeadamente na optimização conseguida para a biodisponibilidade oral da vinpocetina.

No quinto e último capítulo “Estratégias para Aumentar a Eficiência de Complexação das ciclodextrinas”, abordam-se as potencialidades destes compostos para formação de complexos multicomponentes, com particular destaque para as consequências biofarmacêuticas desta estratégia de desenvolvimento farmacêutico. Realce-se o interesse do recurso a exemplos de produtos de sucesso assim conseguidos, culminando com a ilustração perfeita das possibilidades ainda em aberto neste domínio.

Perante a capacidade de reunir num único documento tanta da investigação feita no domínio das ciclodextrinas, suportada ainda por investigação própria e por bibliografia actualizada, julgamos que a questão que nos colocámos sobre a eventual facilidade da avaliação crítica só pode ter uma resposta positiva. E motiva-nos para responder sem receios à questão que faz título à obra de Jorge Massada: “Vale a pena ser cientista?”. Por muitas dificuldades que a própria natureza da causa transporta, sem dúvida que sim. Porque, quando textos desta natureza ficam disponíveis para fora de um domínio restrito, levam consigo um pouco da nossa história e vivência recentes, mostram a outros meios a investigação que corre no Laboratório de Galénica e Tecnologia da Faculdade de Farmácia de Coimbra e são potenciadores de iniciativas que constituam uma mais valia pedagógica e científica.

Por todos os motivos apresentados, aplaudimos os autores desta obra, em particular pelo valor de I&D intrínseco e sublinhamos a importância que esta edição representa para o meio académico e da indústria farmacêutica».



ADRIANO TEIXEIRA BARBOSA DE SOUSA
Professor Catedrático
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Francisco José de Baptista Veiga
Professor do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Uni­ver­si­dade de Coimbra.
Licenciado em Ciências Farmacêuticas (ramo Farmácia Industrial), Doutorado em Farmácia, na especialidade de Tecnologia Farmacêutica pela Universidade de Coimbra e com o título de Agregado atribuído pela mesma Universidade.
Tem orientado vários projectos de investigação so­bre a aplicação de ciclodextrinas em tecnologia farmacêutica.
Autor de mais de setenta trabalhos científicos sobre ciclodextrinas (comunicações e publicações) apresentados em reuniões e revistas nacionais e estrangeiras.

Catarina Cabral Marques Fernandes Pecorelli
Professora do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona, Lisboa.
Licenciada em Ciências Farmacêuticas e Doutorada em Far­mácia, na especialidade de Tecnologia Far­ma­­cêutica pela Universidade de Coimbra.
Autora de cerca de duas dezenas de trabalhos científicos sobre ciclodextrinas (comunicações e publicações) apre­sentados em reuniões e revistas nacionais e estrangeiras.

Laura Sofia dos Santos Ribeiro
Directora do Departamento de I&D da empresa farmacêutica Labialfarma, Mortágua.
Licenciada em Ciências Farmacêuticas e Doutorada em Farmácia, na especialidade de Tecnologia Farmacêutica pela Universidade de Coimbra.
Autora de mais de duas dezenas de trabalhos científicos sobre ciclodextrinas (comunicações e publicações) apre­sentados em reuniões e revistas nacionais e estrangeiras.

domingo, dezembro 17, 2006

CARLOS LANÇA expõe na Galeria Minerva

A Galeria Minerva tem patente uma exposição de
Pintura de Carlos Lança







A mostra poderá ser visitada até 
ao próximo dia 17 de Janeiro,
de segunda a sábado,
das 10 às 13 e das 14h30 às 20,
na Rua de Macau, 52, em Coimbra.



CARLOS LANÇA (Lisboa, 1937) iniciou a sua actividade em Lisboa em 1960, mas reside e tem o seu atelier no Porto desde 1976. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1966-67 (Lisboa e Paris) e da Hofstra University em 1969-70 (New York).

Com participação em dezenas de exposições, as suas obras foram apresentadas em Portugal e no estrangeiro (Espanha, Itália, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Angola, Brasil, China e E.V.A.), contando-se ainda mais de 200 participações em colectivas na Europa, África, continente americano e Ásia.

É autor de diversos projectos destinados ao espaço público, designadamente de arquitectura monumental, design pedonal, mobiliário urbano, pintura mural, painéis cerâmicos, etc., em Portugal e no estrangeiro.

Possui uma vasta e significativa bibliografia passiva onde se assinalam importantes textos analíticos sobre a sua obra, assinados por autores nacionais e estrangeiros, publicados em destacadas revistas da especialidade quer em Portugal quer além-fronteiras, mas também na imprensa portuguesa e estrangeira, com relevância especial para diversos livros editados em Portugal e dedicados ao seu trabalho, de vários autores.

Na sua bibliografia activa, destaque para "Arte Portugues Contemporáneo" (Publicaciones ARBOR/Madrid -1970), "Descodificações" (Editores Associados/Porto - 1984) e "O Espaço e o Tempo - Registos e Ensaios" (Edição Galeria Sacramento/Aveiro-2004), para além de muitos outros textos sobre arte, publicados em páginas culturais da imprensa, revistas especializadas e catálogos para exposições de outros autores.

Está representado em colecções de Estado, fundações e outras colecções institucionais e privadas em numerosos países europeus, e ainda nos seguintes museus em Portugal:
Museu Nacional de Soares dos Reis, Museu Nacional de Angra do Heroísmo, Museu Tavares Proença Júnior / Castelo Branco, Museu de Ovar, Museu de Mirandela, Museu de Évora, Museu de Souza Cardoso / Amarante, Museu de Chaves, Museu de Setúbal, Museu Infante D. Henrique / Faro, Museu de Lamego, Museu do Desenho / Estremoz, Museu de Arte Contemporânea Diogo Gonçalves / Portimão, Museu de Grão Vasco / Viseu, Museu Municipal de Loures, Museu Municipal de Estremoz, Museu de Porto-de-Mós, Museu Municipal de Santa Maria da Feira e Museu da Cidade / Lisboa.

Está também representado em museus estrangeiros: Museu de Rabat, Museu de Luanda, Museu de Maputo, Museu Luís de Camões / Macau, Museu de Arte Moderna de Pego / Alicante, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Brasília, Museu Riopardense / São Paulo, Museu de Arte de Fortaleza, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu de Arte de Belo Horizonte, Museu do Ceará, Museu de Arte Moderna de Niterói, Museu de Arte de Belém, Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio e Museu de Arte Moderna de Nova Deli.

Foram-lhe atribuídos diversos prémios e outras distinções (Portugal, Espanha, Itália, Brasil e EUA). É membro honorário de várias instituições artísticas e culturais em Espanha, Itália e Brasil e Presidente do Conselho de Direcção Nacional da ANAP (Associação Nacional dos Artistas Plásticos), do Comité Nacional para a AIAP / UNESCO e do Comité Luso-Galaico para a cultura.

CARLOS LANÇA A DINÂMICA ESPACIAL E A (IN)ESTABILIDADE DO TEMPO
Nem todos os artistas de avant-garde da geração de sessenta do séc. XX foram apologetas tão coerentes da modernidade como Carlos Lança, quer do ponto de vista mais ambicioso das suas carreiras, quer nas práticas da promoção profissional democrática, na acepção lógica de um estatuto sociocultural do artista – e, particularmente, do artista plástico – que, maugrado todos os esforços não é, ainda hoje, universalmente tangível.

Portador de um dos mais notáveis e mundivivenciados curricula, Carlos Lança distingue-se da maioria dos autores coevos pela sua preocupação investigacional, seja no domínio ontológico da morfogénese cósmica (que é uma componente invariável na sua pintura abstracta espacio-temporal das últimas décadas), seja no âmbito evolucionionário do ser humano, como entidade biopsíquica, seja na teorização e na investigação estética profunda, no campo da criatividade.
Morfológica e tecnicamente a sua pintura é uma referência de meticulosidade e rigor definitivo, quase microscópicos, evadida de experiências mais remotas em que o autor ensaiou expressões de gestualismo mitigado e explorou o descritivismo e a simbologia geométrica, sabiamente enraizados e florescentes numa paleta de cores singularmente atractivas.
Viajante intemporal de fantásticos espaços míticos, onde se lhe adivinham, e ele nos oferece, momentos de uma invulgaríssima tensão paisagística, Carlos Lança desenvolve o sonho real de um futuro antecipado, prodigalizando-nos uma visão (im)previsível da dinâmica espacial de universos e atmosferas que a poética da science fiction literária e, o próprio audiovisual, raramente ousaram abordar.
As rotas e trajectórias onde, navegante solitário, ele mapeia, anota, regista e ensaia as suas viagens cósmicas, propõem constantes interrogações, simultaneamente, da ritualidade estética, do onirismo surreal e da assunção de uma (in)estabilidade do Tempo que, segundo o seu processus criativo não é abstracto, nem uma constante (i)mutável.
Num esplêndido e muito sintético texto de 1997, após referir-se ao uso que o autor faz «da geometria pura, sagrada e simbólica» (com grande visibilidade, aliás, nas peças patentes desta sua individual, na Minerva de Coimbra), José Troufa Real não se coibiu de salientar algo que remete para o perfil gregário e generoso, porventura, pouco enfatizado, na sua biografia: «A força do seu combate leva-o a defender a causa de todos os artistas.» [...] «Carlos Lança é uma referência na Terra dos Homens, pela sua Arte, pelo seu combate...».

Invoco esta importante recensão, convictamente a co-subscrevendo. E a solidariedade que nos une, ao longo de décadas de leal companheirismo e luta por uma mesma causa, não implica cumplicidades inconfessas, nem complacências: agudiza a exigência crítica, não admite favores de amigo.

José-Luís Ferreira Caramulo, 2006-10-15

A CONFIGURAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS PÚBLICOS de ISABEL BABO LANÇA







As Edições MinervaCoimbra promoveram recentemente o lançamento da obra de Isabel Babo-Lança, "A CONFIGURAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS E DOS PROBLEMAS PÚBLICOS. O “CASO REPÚBLICA” E AS MANIFESTAÇÕES NOS AÇORES EM 1975".


A sessão decorreu na
Fundação Dr. António Cupertino de Miranda e a apresentação esteve a cargo de Fernando de Sousa, da Universidade do Porto e director do CEPESE, e José Rebelo, do ISCTE.Se o acontecimento constituía já um objecto de estudo preferencial da historiografia e da sociologia da comunicação, desde a década de 90 passou a constituir também objecto de análise sociológica. No contexto de uma sociologia inspirada na etnometodologia, na fenomenologia, na narratologia, na hermenêutica e na filosofia analítica, o acontecimento passou a ser considerado não tanto como objecto de análises semióticas ou factuais, mas enquanto fenómeno susceptível de conduzir a uma reelaboração da própria concepção do social.Na convicção de que é em função dos fins práticos da acção colectiva no espaço público e na perspectiva da organização da experiência pública que os actores sociais explicam e interpretam o que se passa em termos de acontecimentos e/ou de problemas prováveis e de acções imputáveis, examinam-se, na presente obra, as diferentes maneiras de descrever um acontecimento, de o designar e caracterizar, de tematizá-lo e de o transformar em problema público. Pretende-se mostrar que a configuração e construção do sentido dos acontecimentos depende de realizações práticas, ao nível da sua produção e da sua recepção, e que as descrições, as categorizações e as narrativas intervêm na construção social e pública daquilo de que elas próprias dão conta.
Os dois acontecimentos em análise ocorreram em Portugal no período revolucionário de 1975, sendo eles o caso República e as manifestações separatistas nos Açores. Não é em termos de uma causalidade histórica que estes dois acontecimentos particulares, tomados como objecto de análise, são abordados, ensaiando-se antes apreender por meio de que operações foram identificados e dotados de sentido. Trata-se de uma abordagem sociológica particular, que produz uma inteligibilidade dos acontecimentos diferente da perspectiva que visa uma explicação causal, na medida em que não perde de vista o facto de o caso República e as manifestações nos Açores terem acontecido a pessoas que suportaram esses acontecimentos, os sofreram, foram afectadas por eles, deles se apropriaram, responderam-lhes e reagiram em função das significações que lhes atribuíram e que aplicaram à sua experiência pública.
Isto é, sendo factual, um acontecimento é também relativo a um ponto de vista e aos recursos semânticos e simbólicos escolhidos para o descrever. Pode transformar-se num problema público, fixar sobre si a atenção colectiva e desencadear uma acção pública. A sua configuração pode ser revista e o acontecimento adquirir uma inteligibilidade retrospectiva e uma nova significação.



Isabel Babo-Lança 
natural do Porto, onde reside, é Professora Associada na Universidade Lusíada. Doutorada em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, foi bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, programa PRAXIS XXI.
É membro da Unidade de Investigação CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, da Universidade do Porto, e integra a Comissão Científica da Revista População e Sociedade (CEPESE / Edições Afrontamento).
Leccionou na Escola Superior de Jornalismo do Porto e no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Tem colaborado em diversas publicações científicas da especialidade, de que se destacam a coordenação da obra “Estudos e ensaios em homenagem a Eurico Figueiredo”, Cepese / Edições Afrontamento (2005), a colaboração, com o artigo “Confiança e Democracia”, na obra “Desafios da democratização no mundo global” (M. Raquel Freire [org.], Edições Afrontamento / Cepese, 2004) e a participação, com a redacção de entradas, no Dicionário de Sociologia (Porto Editora, 2002) e no Dicionário de Relações Internacionais (Fernando de Sousa [dir.], Edições Afrontamento, 2005).
Interessada pelo estudo do acontecimento e dos problemas públicos assim como pela temática da ética e da responsabilidade social, tem intervindo regularmente em colóquios e conferências da sua área de especialidade e tem publicado, neste âmbito, em revistas como a Trajectos / ISCTE, Psiconomia / Universidade Lusíada e Antropológicas / Universidade Fernando Pessoa.



sexta-feira, dezembro 15, 2006

Terça-Feira de Minerva de Natal de 2006

Numa organização da Livraria Minerva
e do Instituto de Estudos Clássicos
realiza-se no próximo dia 19 de Dezembro, pelas 21h30,
a sessão das Terças-Feiras de Minerva de Natal de 2006.


A assinalar o Natal,
o Grupo Thíasos do IEC fará uma
Leitura de Poemas sobre a Virgem Maria e o Menino Jesus.

CIGANOS HISTÓRIAS DE VIDA de MANUEL ABRANTES COSTA. 1.º Prémio de Jornalismo pela Tolerância, na área de Estudo Académico, em 2003, promovido pela Presidência do Conselho de Ministros, na pessoa do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas. [Marco na investigação sobre os ciganos em Portugal]



Ciganos – Histórias de Vida” é o título do livro de Manuel Abrantes Costa recentemente editado pelas Edições MinervaCoimbra e cuja apresentação esteve a cargo de Margarida Pedroso de Lima, professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

O livro nasceu de um desafio feito pela editora, Isabel de Carvalho Garcia, ao autor para que aceitasse publicar a sua tese de doutoramento na sequência de uma palestra efectuada no âmbito das Terças-Feiras de Minerva. “Eu achei que a perspectiva que ele nos dava sobre os ciganos, sobre a sua perspectiva, as suas formas de vida, a sua cultura, a sua tradição, tinha algo de diferente daquilo que estamos habituados a ouvir”. O livro agora publicado, afirmou ainda, “é uma descoberta”.

Segundo Margarida Pedroso de Lima, o trabalho “é um marco ao nível da investigação sobre os ciganos em Portugal”, já que “de maneira geral, pouco se sabe sobre a sua cultura, a sua origem, a sua história e a razão de serem como são, a razão da sua unidade de grupo, a sua língua, a razão da sua presença em Portugal. São questões ainda em aberto”.

A obra, afirmou ainda, “chama a atenção para as nossas práticas de segregação em relação aos outros”. Hoje, os ciganos que vivem entre nós, “perderam uma certa identidade de tribo, uma certa identidade social de pertença”, o que lhes pode provocar “uma enorme solidão”.

O objectivo deste livro agora publicado é precisamente “olhar de perto a cultura cigana em Portugal, as suas características, os seus problemas, os seus aspectos distintivos e fazer um balanço do que emerge quando pessoas de diferentes culturas se encontram”.

Segundo Manuel Abrantes Costa, o livro tem duas partes distintas, uma teórica de enquadramento e outra parte histórica sobre os ciganos, “o que eles pensam deles próprios e o que pensam de nós”. E da sua investigação, o autor conclui simplesmente que “são cidadãos portugueses, com defeitos e com virtudes. Mas têm uma coisa que os diferencia e que é o facto de ao longo dos anos terem sido obrigados a sobreviver. E ainda hoje utilizam mecanismos de defesa para isso”. Uma sociedade só se desenvolve pela edução e pela formação e, segundo Manuel Abrantes Costa, “essa é única possibilidade de os ciganos saírem da miséria em que vivem e em que cada vez se estão a enterrar mais”.

“Ciganos – Histórias de Vida” recebeu o 1.º Prémio de Jornalismo pela Tolerância, na área de Estudo Académico, em 2003, promovido pela Presidência do Conselho de Ministros, na pessoa do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas.

Manuel Abrantes Costa é professor do 1.º Ciclo do Ensino Básico, licenciado e mestre em Ciências da Educação, doutor em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Coimbra e é director executivo do Centro de Estudos Ciganos.

SALAZAR VAI AO CINEMA de MARIA DO CARMO PIÇARRA [APRESENTADO EM LISBOA, NA CINEMATECA PORTUGUESA]






Foi recentemente apresentado na Cinemateca Portuguesa o livro “Salazar vai ao cinema. O Jornal Português de Actualidades Filmadas”, da autoria de Maria do Carmo Piçarra.

Numa sessão presidida por João Benard da Costa, o livro, que integra a Colecção Comunicação das Edições MinervaCoimbra dirigida por Mário Mesquita, foi apresentado por João Lopes, crítico, argumentista, ensaista e professor de cinema (na Escola
Superior de Cinema e em Serralves, nomeadamente), cuja intervenção aqui reproduzimos na íntegra.

Estiveram também presentes os editores, Isabel de Carvalho Garcia e José Alberto Garcia, numa sala cheia em que as pessoas se sentaram no chão no final da sessão a fim de assistirem à projecção das actualidades filmadas.

"Num apontamento escrito a 14 de Janeiro de 1962 (portanto há quase 45 anos), citado no livro «O Diário de Salazar», de António Trabulo, António de Oliveira Salazar escreveu estas palavras:

«Vi-me na televisão. Estou velho e, o que é pior, pareço velho. Nunca tive a voz muito firme; agora, está uma lástima. Aquela caixa pequena ainda é mais cruel do que o espelho. Ao enfrentá-lo, estamos vigilantes e mostramos de nós próprios o que pretendemos ver. Na televisão, só em parte é assim; não expomos apenas os ângulos que escolhemos. Daqui em diante mandarei lá ministros bem apessoados para que transmitam uma imagem favorável do Governo. Eu só voltarei em circunstâncias excepcionais. Quanto às reportagens, podem ser trabalhadas. Segundo me contam, não é difícil».

São palavras paradoxalmente obscuras e luminosas, suaves e violentas. Dão conta de uma resistência individual às imagens e, ao mesmo tempo, reconhecem nessas mesmas imagens uma função pública precisa, certamente indissociável do colectivo social, dos seus movimentos, conflitos e valores.

Curiosamente, se é verdade que Salazar mostrava reticências, ou mesmo desprezo, pela possibilidade de se mostrar em televisão, não é menos verdade que a sua presença no cinema foi objecto de uma estratégia precisa, em grande parte estabelecida sob a égide de António Ferro, director do Secretariado da Propaganda Nacional.

Ora, o livro de Maria do Carmo Piçarra, «Salazar Vai ao Cinema», é um objecto pacientemente didáctico e genuinamente histórico, um livro para compreendermos um pouco mais dessa inquietação que continua a acompanhar-nos e, em muitos aspectos, a questionar-nos – é a questão das relações do Estado Novo com as imagens e, em particular, das relações de Salazar com o cinema.

Trata-se, aliás, de um livro com um título de irónica ambiguidade: «Salazar Vai ao Cinema».

Isto porque, de facto, o seu tema nuclear é a presença de Salazar nas salas de cinema em Portugal, concretamente através das 95 edições das actualidades cinematográficas que receberam o nome «Jornal Português» e que, entre 1938 e 1951, foram financiadas pelo Secretariado da Propaganda Nacional, com direcção e realização a cargo de António Lopes Ribeiro. Quer isto dizer que o regime aproveitou o modelo então corrente das actualidades para promover a imagem do seu líder e a sua direcção do país.

Ao mesmo tempo, o título «Salazar Vai ao Cinema» envolve uma contradição essencial e, no limite, estrutural – contradição de Salazar, enquanto líder político, e contradição também do regime que, a partir de certa altura, por assim dizer, se entronizou na sua própria figura. Essa contradição nasceu de uma crescente resistência às imagens e, em particular, às imagens de cinema.

De facto (e simplificando muito, como é óbvio), pode dizer-se que a história visual e iconográfica do regime salazarista evoluíu a partir de uma tensão que nunca foi resolvida. Em primeiro lugar, a dinamização dos estúdios da Tóbis, logo nos primeiros anos do Estado Novo, tentou dar consistência a uma prática do cinema em que a componente de propaganda coexistisse com um sentido peculiar de entretenimento e cinema popular. Depois, foi-se instalando um crescente vazio figurativo, tanto do regime como do seu líder, vazio que, pelo menos em parte, poderá ajudar a explicar a decadência da produção cinematográfica ao longo da década de 50 – esse vazio seria bruscamente dramatizado com a eclosão da guerra colonial, no começo dos anos 60, e também com a passagem a uma nova idade visual, ou audiovisual, a idade da televisão.

O livro de Maria do Carmo Piçarra é, antes do mais, eminentemente informativo. E aqui importa fazer uma ressalva, sobretudo para os que possam julgar que essa carga de informação menospreza a elaboração de um ponto de vista.

De facto, não é isso que acontece, pela simples razão de que o primeiro e decisivo ponto de vista de «Salazar Vai ao Cinema» é que continuamos a conhecer pouco – e, por vezes, a conhecer mal – o sistema de relações entre Salazar e o cinema, o cinema e o Estado Novo, o Estado Novo e o imaginário cinematográfico da época.

Daí que este seja um livro que nos permite revisitar um tempo que, de facto, cada vez mais, importa libertar de muitos clichés políticos ou morais, construídos à esquerda e à direita, e que com frequência nos impedem um conhecimento real e exigente da complexidade factual – e também da rede simbólica – que, de uma maneira ou de outra, sustentaram uma ditadura de 48 anos.

Nesse aspecto, não queria deixar de referir o modo como «Salazar Vai ao Cinema» acompanha de forma muito cuidadosa o trabalho de um cineasta como António Lopes Ribeiro.

Nascido em 1908 e falecido em 1995, Lopes Ribeiro é um daqueles nomes muitas vezes tratado a partir de uma retórica descritiva profundamente redutora. Não por todos, como é óbvio – e lembro, por exemplo, que a sua obra já foi objecto de uma esclarecedora retrospectiva, aqui mesmo, nesta casa. Falo, sobretudo, dessa espécie de conhecimento «universal» (universal entre aspas, claro) que tende a reduzir tudo e todos a imagens de marca de enorme simplismo e até, por vezes, de enorme agressividade. Basta lembrar os clichés que circulam sobre a obra de Manoel de Oliveira – nesse sentido, talvez seja inevitável que Lopes Ribeiro seja objecto do mesmo tipo de ignorância e das mesmas grosseiras simplificações.

Ora, um dos capítulos de «Salazar Vai ao Cinema» procura, justamente, libertar a figura de Lopes Ribeiro do espartilho dos lugares-comuns. E tentando não omitir nada. Ou seja: lembrando que para compreender a sua figura é preciso convocar o propagandista do regime e o jornalista, o cineasta e o produtor, a fé em Salazar e a também a crença muito cinéfila no cinema e nas suas potencialidades expressivas.

Felizmente, «Salazar Vai ao Cinema» não é um livro isolado. Em tempos recentes, temos assistido ao aparecimento de um número muito razoável de edições, certamente diversas e contrastadas, mas que trabalham no sentido de refazer a memória do Estado Novo e, em particular, de libertar essa memória de muitas ideias feitas, umas enraizadas nos tempos do próprio regime, outras, importa reconhecê-lo, geradas, paradoxalmente, no interior da própria energia libertadora do 25 de Abril.

Resumindo, diria que «Salazar Vai ao Cinema» é um objecto que nos pode ajudar a compreender como é que Salazar e o Estado Novo foram representados pelo cinema e através do cinema – desde o registo das imagens até aos mecanismos de montagem, passando por esse momento essencial que era a inserção dos comentários em off, este é um estudo que procura, realmente, entender o cinema enquanto objecto que se fabrica, não para confirmar as aparências do real, mas para lhe conferir um sentido, porventura até para proclamar uma ideologia que quer fazer acreditar que esse real possui uma vocação e uma transcendência.

O livro de Maria do Carmo Piçarra diz-nos, afinal, que o nosso passado continua a ser uma forma particular do nosso presente. Para utilizar um velho palavrão que caíu em desuso, eu diria que isso se chama dialéctica – e que tal dialéctica nos ensina a olhar melhor para o que somos ou, se for caso disso, para o que julgávamos ser".

João Lopes

A EUROPA E PORTUGAL NA IMPRENSA DESPORTIVA de FRANCISCO PINHEIRO



Decorreu na FNAC do Norteshopping (Porto), a sessão de lançamento do livro
A Europa e Portugal na Imprensa Desportiva (1893-1945)”, da autoria do jornalista e historiador Francisco Pinheiro, publicado pela Edições MinervaCoimbra.

A apresentação correu a cargo do comentador desportivo Gabriel Alves, autor de um dos dois prefácios (o outro é da responsabilidade do historiador Alejandro Pizarroso Quintero, vice-reitor da Universidad Complutense de Madrid), que destacou a importância da obra para a compreensão da história da imprensa desportiva portuguesa.

“Este livro lança a luz sobre uma parte oculta da história do nosso jornalismo, numa área de especialização (desporto) sucessivamente esquecida, mas que tanto pode dizer sobre o que nós (portugueses e europeus) somos e como pensamos”, sublinhou Gabriel Alves. Num estilo muito próprio, que sempre o caracterizou, o jornalista da RTP fez um breve resumo da obra, saltitando de “estória” para “estória”, referindo vários episódios interessantes, como a morte do maratonista Francisco Lázaro, durante a maratona dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, vítima de insolação – a recém implantada I República fez de Lázaro o seu primeiro herói nacional.

Depois da eloquente apresentação de Gabriel Alves, foi a vez do autor Francisco Pinheiro falar um pouco sobre o livro, aproveitando a ocasião para apresentar diversas capas dos principais jornais desportivos que serviram de base ao seu trabalho. A primeira capa projectada foi a do número 1 do primeiro jornal desportivo português, O Velocipedista, de 1893. Em cada imagem projectada, o autor fazia alguma história deste género de imprensa e contava algumas “estórias” relacionadas com cada publicação. Cerca de uma dúzia de imagens permitiram a Francisco Pinheiro fazer uma viagem pela principal imprensa desportiva portuguesa entre o final do século XIX e o fim da Segunda Guerra Mundial, definindo uma espécie de “linha sentimental” que Portugal e a Europa traçaram durante esse período conturbado da sua história – linha essa que oscilou sempre entre os tempos de euforia e os de depressão.

Isabel de Carvalho Garcia referiu que esta obra está integrada na Colecção Comunicação das Edições MinervaCoimbra, coordenada por Mário Mesquita e que a obra “A Europa e Portugal na Imprensa Desportiva (1893-1945)” apresenta duas vertentes inovadoras: um estudo histórico aprofundado sobre uma área (imprensa desportiva) esquecida do jornalismo português e a possibilidade de se reflectir sobre Portugal e a Europa a partir de uma nova fonte de produção de pensamento (as páginas dos jornais desportivos).

terça-feira, dezembro 12, 2006

quinta-feira, dezembro 07, 2006

quarta-feira, dezembro 06, 2006

NITHEROY


11 de Dezembro
14h00 - 17h00
Tarde de estudos e lançamento

Participações:
Ana Beatriz Barel (Paris III / Toulouse II)
Maria Aparecida Ribeiro (UC)
Manuel Ferro (UC)
Carlos Almeida Prado Bacellar (USP)
Maria de Fátima Dias Duarte (CMC)
Ofélia Paiva Monteiro (UC)

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Instituto de Estudos Brasileiros


sábado, dezembro 02, 2006